JOÃOZINHO DORIANA - O GESTOR DA CIDADE
Joãozinho era um empresário bem sucedido do ramo da construção civil. Bem sucedido, vírgula, não se pode negar que o berço esplêndido no qual nasceu o ajudou muito em seus negócios pela vida afora.
Passa-se o tempo e um sucesso aqui, outro ali, amizades no mundo da política... Ora, Joãozinho, você faz as suas casinhas tão bem feitinhas, ganha tanto dinheiro com isso, por que não fazê-las para todos?
Joãozinho pensou consigo:
Com o mundo da política a desmoronar nesse país, começo por aqui e logo estarei mandando nisso tudo!
E, após o raciocínio anterior, vai o Joãozinho resolver -pessoalmente - os problemas da cidade com mais de 12 milhões de habitantes.
Pessoalmente, o Joãozinho vai, acredita o povo, de escola em escola, consertando o teto quebrado, mandando cortar a grama alta, resolvendo os problemas que afligem a educação daquela cidade. Claro, tudo muito bem filmado para postar nas redes sociais.
Pessoalmente, vai o Joãozinho varrer a rua, limpar o muro pixado... O mesmo Joãozinho que demite publicamente um de seus secretários, o mesmo Joãozinho bem sucedido, o mesmo Joãozinho do berço esplêndido, o mesmo Joãozinho do Palácio dos Bandeirantes.
Ou será o do Planalto?
Não se enganem, meu povo, não se enganem com essa história de "não sou político" de sou um "administrador", "um gestor da cidade".
Como dizia um finado sábio, dos poucos produzidos no Brasil, "O poder é afrodisíaco".
E a excitação que ele produz é capaz de suplantar qualquer coisa.
Não há leite das crianças ou merenda escolar que resistam à excitação produzida pelo poder, podem acreditar, meu Senhores, podem acreditar!
Joãozinho é só mais um.
Mais um que está extremamente excitado com o afrodisíaco poder e com as possibilidades que agora se abrem.
Poder que, ao que tudo indica, só tende a se ampliar.
Não confie no Joãozinho.
Ele é só mais um.