Morra
Havia sido um dia cansativo. Ao chegar em casa, ela tomara um banho, pusera o jantar para descongelar no micro-ondas e de robe, jogara-se no sofá para assistir um pouco de TV. Foi então que a campainha da porta da frente tocou.
- Mas que droga... - resmungou, erguendo-se.
Foi até a porta e olhou pelo olho mágico. Havia um garoto parado lá fora... bem, um adolescente. Quinze, talvez dezesseis anos. Magro. Expressão séria. Como ele parecia inofensivo e a porta estava com a trava de segurança, ela abriu apenas até o limite da corrente.
- O que quer? - Indagou.
O garoto encarou-a com curiosidade e disse:
- Fiz como você me pediu. Aqui estou eu. Vai me deixar entrar?
Ela franziu a testa.
- Você é maluco, garoto? Não te conheço e nunca lhe pedi que viesse à minha casa!
Em tom calmo, ele prosseguiu:
- Morra, você disse. E só venha me ver na próxima reencarnação. Bom, aqui estou eu.
Ela arregalou os olhos. E soltou um grito.
[14-01-2017]