OS EFEITOS DO DESTINO
OS EFEITOS DO DESTINO
O que vingou caiu certeiro
aquelas gotas eram ela verdadeira
quase a mesma ainda dentro
me fazendo acreditar no ontem
possivelmente acontecendo agora
incrivelmente sabendo que não
acordava entendiado derrubando cálices
coisas mudas que ainda falavam
sopravam bem dizer o mundo
caído de lágrimas poucas secando
há um sol queimando minhas palavras
são larvas riscando a pele
minhas veias indomadas levando
cada sintoma ao coração
ofegante sensação de escuro
depois de atravessar o suicídio
tudo parece as reticências
as essências derramadas do nosso livro
que aberto conta-me vertigens
ideias do amanhã tão presentes
nada sólido nem líquido virou mito
posso deixar flores plantadas
nascerão sombras cadavéricas
da tumba onde estão mortas
as histórias depois da cama
depois que ama depois que separa
quando encara tudo que não faz parte
do íntimo quer o mínimo entregar
a esse desconhecido lugar
o que era possível
porque eu acreditava e sorria
também agora vem escondido
como segredo muito perto
o que sinto são fagulhas
e nada mais do que minhas agonias
perdendo o sofrimento sincero
o sofrer preferido do colo
é um solo repleto de asperezas
com dores não posso mais voar...
...porque?
MÚSICA DE LEITURA: The Doors - Orange County Suite