UMA XÍCARA DE CAFÉ
– Professor Girafales!
– Dona Florinda!
– Que milagre o senhor por aqui...
– Vim lhe trazer este humilde presente...
– Não quer entrar para tomar uma xícara de café?
– Não seria muito incômodo?
– Oh, claro que não!
– Depois da senhora...
Entra ano, sai ano, a mesma cena, o mesmo enjoativo café.
E Dona Florinda querendo algo mais sério, e o Professor Girafales sempre saindo pela tangente.
Um belo dia, após o primeiro gole, ele passa mal. Aquele homem enorme cai ao chão, agonizando. Parece um enfarte, mas não é.
Depois, na polícia, Dona Florinda confessa o crime. Ao invés de açúcar, pusera no café estricnina:
– Aquele safado tinha outra família, seu delegado! Por isso sempre fugia do assunto quando eu falava em casamento! Canalha, sem-vergonha!
Foi mandada para um presídio feminino em Acapulco.
(R.I.P. Rúben Aguirre, eterno Professor Girafales)