O QUE SERÁ DE ELISA?
Sentada em uma poltrona, tendo ao seu redor todo o conteúdo de gavetas e armários. Foi assim que a encontrei naquela noite.
A casa havia sido assaltada e os ladrões, ao revistarem tudo, jogaram roupas, objetos, papéis e documentos pelo chão, tornando o piso intransitável.
A residência estava fechada há muito tempo, desde que a idosa proprietária falecera. Ela era a mãe de Elisa, a mulher a quem me referi.
Desde que conheci Elisa, percebi que é uma pessoa confusa, um tanto amalucada e com dificuldade para gerir a própria vida. Nunca se casou e vive só em outra cidade.
Enquanto a mãe viveu, foi o esteio da família, mas agora que se foi, Elisa me parece mais só e mais pirada do que nunca. E já não é jovem, o que é muito preocupante. Infelizmente, os irmãos são de pouca ajuda e dela se afastam, ou ela os afasta com sua verborragia inconsequente e sua atitude raivosa. Na verdade, essa família nunca foi unida.
O pai, falecido há muitos anos, deixou uma herança substancial em terras e outros bens, o que não os deixa em dificuldades, mas é, ao mesmo tempo, motivo de brigas e disputas. E agora que a mãe também se foi, parte da herança que com ela ficou, certamente será motivo de mais confusão.
A casa onde Elisa está no momento pertence ao espólio e parece que dela ninguém quer cuidar até que o inventário esteja concluído e o herdeiro indicado. E, com exceção do que os ladrões levaram, e que é difícil saber até que se faça um levantamento; móveis, roupas, calçados, toalhas, lençóis, louças, objetos de adorno, tudo, enfim, está fora de lugar ou jogado sobre o assoalho.
Até agora, ninguém se interessou em colocar ordem na casa ou dar um destino aquele espólio de menor valor. No jardim, o mato alto dá à propriedade um aspecto de abandono e desamparo.
Eu, que conheci a velha senhora que lá vivia, e que dava à casa um ar de normalidade, com asseio e arrumação, me senti triste e impotente diante desse quadro decadente.
Mas o que mais me afetou foi o cheiro que senti ao entrar na casa que ficou longo tempo fechada. O ambiente rescendia a mofo e umidade. E um odor característico de coisas velhas, há tanto tempo guardadas, dava ao recinto uma desagradável atmosfera de intensa melancolia.
Sentada em uma poltrona, tendo ao seu redor todo o conteúdo de gavetas e armários. Foi assim que a encontrei naquela noite.
A casa havia sido assaltada e os ladrões, ao revistarem tudo, jogaram roupas, objetos, papéis e documentos pelo chão, tornando o piso intransitável.
A residência estava fechada há muito tempo, desde que a idosa proprietária falecera. Ela era a mãe de Elisa, a mulher a quem me referi.
Desde que conheci Elisa, percebi que é uma pessoa confusa, um tanto amalucada e com dificuldade para gerir a própria vida. Nunca se casou e vive só em outra cidade.
Enquanto a mãe viveu, foi o esteio da família, mas agora que se foi, Elisa me parece mais só e mais pirada do que nunca. E já não é jovem, o que é muito preocupante. Infelizmente, os irmãos são de pouca ajuda e dela se afastam, ou ela os afasta com sua verborragia inconsequente e sua atitude raivosa. Na verdade, essa família nunca foi unida.
O pai, falecido há muitos anos, deixou uma herança substancial em terras e outros bens, o que não os deixa em dificuldades, mas é, ao mesmo tempo, motivo de brigas e disputas. E agora que a mãe também se foi, parte da herança que com ela ficou, certamente será motivo de mais confusão.
A casa onde Elisa está no momento pertence ao espólio e parece que dela ninguém quer cuidar até que o inventário esteja concluído e o herdeiro indicado. E, com exceção do que os ladrões levaram, e que é difícil saber até que se faça um levantamento; móveis, roupas, calçados, toalhas, lençóis, louças, objetos de adorno, tudo, enfim, está fora de lugar ou jogado sobre o assoalho.
Até agora, ninguém se interessou em colocar ordem na casa ou dar um destino aquele espólio de menor valor. No jardim, o mato alto dá à propriedade um aspecto de abandono e desamparo.
Eu, que conheci a velha senhora que lá vivia, e que dava à casa um ar de normalidade, com asseio e arrumação, me senti triste e impotente diante desse quadro decadente.
Mas o que mais me afetou foi o cheiro que senti ao entrar na casa que ficou longo tempo fechada. O ambiente rescendia a mofo e umidade. E um odor característico de coisas velhas, há tanto tempo guardadas, dava ao recinto uma desagradável atmosfera de intensa melancolia.