O pão devolvido

Um menino muito pobre, na sua volta pra casa,

apesar de sua pobreza , parecia muito feliz,

deparou num portão um embrulho de pão que cheirava,

o cheiro era apetitivo e ele o embrulho pegou.

Contente da vida chega em casa,

e à sua mãe o embrulho entregou,

esperando que fosse elogiado pelo feito

mas ela bem brava lhe xingou.

Disse-lhe em tom solene, mas enérgico:

menino, vai e coloca este pão onde pegou,

mas, mãe, não temos quase nada que comer,

na linda casa que peguei não devem passar fome.

Filho, com meu coração aos pedaços,

faço você devolver o que não nos pertence,

prefiro chorar por esta minha honesta decisão,

do que um dia, você talvez rico, numa desonesta podridão!...

Oh! Deus, mostre sempre às mães este dom que elas devem possuir,

mostrar aos filhos o caminho do bem, ir sempre em frente

ainda que no momento os entristeça, um dia na vida adulta,

tiverem acesso a grandes fortunas que não lhes pertencem

não se apropriem delas, para não causar tanta fome,

miséria, aos menos afortunados!...

O assunto vem a calhar, nesse nosso país tão majestoso,

por isso mesmo um povo que atravessa privações,

mas graças a Deus como é um povo bondoso,

país rico por natureza, suas riquezas lapidadas,

e assim quanta gente está numa miséria danada,

ah! A honestidade deve continuar, não deve desaparecer,

igual aquela da mãe que fez o filho devolver o pão,

os que roubaram queiram ou não, na tristeza estão,

a desonestidade não pode valer a pena não...