JANELA INDISCRETA

JANELA INDISCRETA

O jogo dispensa curiosos, a subversão dos sentidos é para os de mente mais aberta. Ela se joga no sofa. Ele, de pé, encena despir-se. Whisky, gelo, cortinas pensas.

A campainha toca.

Lentamente, como se fosse um advérbio preguiçoso, o corpo dele se mostra. Então ela o reconhece sem maculas. Ali estivera todo o tempo do seu lado sem que soubesse ser ele a mulher que amara.

Alguém precisa atender à porta, o leitor chama.

So entra quem pode acrescentar ao que se conta um ponto, a porta é aberta. Convidado, seja discreto atento e silencioso, observe da janela dada. Não retire, antes descomponha. Para menos nunca registre.

Há quem leia apenas imagens, palavras custam tempo.

Antes de se recompor, não vista seus nobres farrapos. A janela não se fecha, quando der as costas diga um verso bonito e só depois vá embora.

Antonio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 28/01/2016
Código do texto: T5525888
Classificação de conteúdo: seguro