O FILHO DA ........
Traje esportivo, dos pés à cabeça. ele se preparou.
Daí, manhá aberta, sua corrida diária.
A fisioterapia terminando, de volta para casa, quando, num repente, a trombada.
Uma pessoa caída. Ele, solícito, quis socorrer, mas, com espanto, ouviu a sonora reação: - "Perdão, coisa nenhuma, seu filho da puta ... "
Na frase ele achou excesso no xingamento, pois, sua involuntária culpa não justificava o pesado palavrão.
A vitima, após o irado grito, levantou-se com a bunda intacta e sumiu. Ele, não. Ficou parado, pensando. Fora chamado, raivosamente, "filho da puta" e ficado quieto, Nunca tal coisa com ele, cidadão respeitável, educado que era. Memória do seu passado, nada em desabono.
Todavia, na sequência dos seus passos, veio à lembrança sua origem. Rememorou fatos. Ainda que o tempo decorrido o tivesse compensado - pelo que sabia, quando recém-nascido, tinha sido abandonado.
Achado e recolhido, ficou aos cuidados de distnta, dedicada família ...
Mas, a mãe da criança? Nada sabia sobre ela, quem era, que vida levava... Ensimesmado, admitiu que poderia ser ou ter sido uma puta e ele gerado por obra e graça de uma variada prática. Quem seria o pai? Excluído esse pai, por desconheci - mento ou indefinição, a mãe não soube ou não pôde desempenhar um compromisso sério, entre mãe e filho.
Uma conclusão veio validar o furioso palavrão. Ele, honrado cidadão, poderia, sim, ser um filho da puta. O seu verbal agressor tinha acertado.
Entretanto, no momemto, ela não deveria ser evocada ofensivamente por causa de um tombo. Tombo, por aí, é coisa corriqueira. Cabia alguma consideração a uma puta certamente distinta, entre as muitas da cidade. Ele fazia muita fé: - sua mãe não seria uma puta qualquer. Assim sendo, merecia consideração, merecia respeito.
No momento, um misto de vaidade e até orgulho o fez alegre. Até feliz. Perdoou o agressivo sujeito. O acidente lhe proporcionou a imaginada valia de ter sido filho de uma importante puta !
Traje esportivo, dos pés à cabeça. ele se preparou.
Daí, manhá aberta, sua corrida diária.
A fisioterapia terminando, de volta para casa, quando, num repente, a trombada.
Uma pessoa caída. Ele, solícito, quis socorrer, mas, com espanto, ouviu a sonora reação: - "Perdão, coisa nenhuma, seu filho da puta ... "
Na frase ele achou excesso no xingamento, pois, sua involuntária culpa não justificava o pesado palavrão.
A vitima, após o irado grito, levantou-se com a bunda intacta e sumiu. Ele, não. Ficou parado, pensando. Fora chamado, raivosamente, "filho da puta" e ficado quieto, Nunca tal coisa com ele, cidadão respeitável, educado que era. Memória do seu passado, nada em desabono.
Todavia, na sequência dos seus passos, veio à lembrança sua origem. Rememorou fatos. Ainda que o tempo decorrido o tivesse compensado - pelo que sabia, quando recém-nascido, tinha sido abandonado.
Achado e recolhido, ficou aos cuidados de distnta, dedicada família ...
Mas, a mãe da criança? Nada sabia sobre ela, quem era, que vida levava... Ensimesmado, admitiu que poderia ser ou ter sido uma puta e ele gerado por obra e graça de uma variada prática. Quem seria o pai? Excluído esse pai, por desconheci - mento ou indefinição, a mãe não soube ou não pôde desempenhar um compromisso sério, entre mãe e filho.
Uma conclusão veio validar o furioso palavrão. Ele, honrado cidadão, poderia, sim, ser um filho da puta. O seu verbal agressor tinha acertado.
Entretanto, no momemto, ela não deveria ser evocada ofensivamente por causa de um tombo. Tombo, por aí, é coisa corriqueira. Cabia alguma consideração a uma puta certamente distinta, entre as muitas da cidade. Ele fazia muita fé: - sua mãe não seria uma puta qualquer. Assim sendo, merecia consideração, merecia respeito.
No momento, um misto de vaidade e até orgulho o fez alegre. Até feliz. Perdoou o agressivo sujeito. O acidente lhe proporcionou a imaginada valia de ter sido filho de uma importante puta !