BAGUAÇU

BAGUAÇU

Ao longo da vida carregamos lembranças de histórias contadas pelos nossos pais, tios ou outras pessoas.

Não sei por que, mas estas histórias estão sempre fazendo parte do nosso inconsciente, conectadas ao nosso imaginário dando a impressão e a sensação de que a história também fez parte da nossa vida, ou está sempre fazendo. São lembranças, lembranças e lembranças que dão vontade de querer saborear mais um pouquinho daquela magia que traz consigo um pedacinho de carinho e companhia de quem nos contou.

Tantas vezes meditando em busca das histórias que fizeram parte da vida de meus pais, aquelas que eles contavam quando eu era criança na minha querida infância e não sou capaz de recontar, mas elas estão aqui, vivas na minha mente, de tempos em tempos girando nas minhas lembranças, vivas como eu, e me fazendo flutuar no tempo atrás delas com uma vontade louca de contá-las.

Baguaçu no interior de São Paulo faz parte dessa história. Eu nem era nascido ainda, mas lá vivia meu pai, minha mãe e meus irmãos em um lugar distante de vizinhos e da cidade. Não tinha luz e a água tinha que ser buscada em uma nascente longe da casa.

Tudo isso é normal, menos as histórias que meu pai trouxe de lá, como a história de uma cidade chamada Borboleta, nome dado à cidade devido a uma mulher que na lua cheia se transformava em uma grande borboleta e voava pela cidade, até o dia em que ela apareceu em um bar. Ela era enorme e as pessoas tinham medo dela, porém um homem não! Ele pegou uma garrafa, quebrou e golpeou a linda borboleta. O golpe foi fatal e ela na medida em que ia perdendo seu encanto, ia se transformando em uma linda mulher. Não sei até onde esta história é verdade, mas fico feliz de compartilhá-la.

Baguaçu era misterioso, alguma coisa estranha acontecia ali, alguma coisa macabra que ninguém conseguia entender, a morte não dava tréguas, levava todos os moradores deixando as casas vazias, um mistério sobrenatural. Naquela cidade todos morriam rapidamente, uma senhora já tinha perdido todos seus filhos em questão de dias. O que está acontecendo aqui? Ninguém sabia explicar. Inclusive meu pai foi vítima da morte, já tinha perdido dois filhos, a morte levou dois irmãos meus em Baguaçu. Meu pai não teve dúvidas, pegou minha mãe e os filhos que sobraram e fugiu da morte indo embora da cidade e nunca mais voltou.

Acredite! Estas histórias são verdadeiras. Se não acreditar, aqui está um convite para você passear e conhecer Baguaçu. Se você voltar conte a sua história.

Paulo Ribeiro de Alvarenga

Criador de vaga-lumes

Iluminando pensamentos

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Criador de vaga lumes
Enviado por Criador de vaga lumes em 24/09/2015
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