Jasão e Aimée

Na longínqua paragem de Riaso, o grande cacique Jasão procriava furiosamente. A terra era propícia para tal: bem quente e fofa.

O grande e pobre Jasão gerou uma aldeia de filhos. Porém, para estupor de muitos, ganhou especial afeição sua última filha, Aimée. Ela possuía olhos de ver o mundo; negros e nativos.

Jasão ordenou que ela fosse nomeada chefe do povo. Mas a tradição também ordenava um homem como líder. Aimée, que era humilde, condescendeu à tradição.

Mas então o chefe Jasão irou-se. Cego pelo amor por sua filha, ordenou que degolasse todos que fossem contra seu desejo.

No fim de alguns meses Aimée governava. Seu poderio exercia efeito apenas sobre seu pai, pois todos da aldeia haviam morrido.

Ao fim de dois anos Jasão sucumbiu. Aimée ficou sozinha, governando pássaros.

Guilherme Orango, o ambicioso, soube do fato e regojizou-se. Enviou tropas que puseram fim em Aimée. E imediatamente apoderou-se do espaço.

Hoje, sem dúvida, a doce Aimée habita os céus da verdade.