Conto em poesia / Por trás da armadura

Era uma vez, em um tempo não tão distante
Uma pessoa de carne, ossos e sangue
Via o mundo com imaculada sutileza
Encantada pelo sol e o luar
Via o amor em toda glória da natureza!
Compreendia a necessidade do predador
A sobrevivência não por maldade, mas cheia da pureza!

Essa pessoa conheceu mais pessoas
Não era pura, mas não era covarde
esperava dos atos alheios
os princípios de sua lealdade...

Tanto mergulhou na natureza humana
que todo o mal que viu despertou o mal em si
Viu-se capaz de um ato vil...

E sua primeira defesa foi a tristeza
não demorou e encarou a injustiça
Pilhas de corpo mortos
em demonstração de poder
para salvar teve de matar e se corromper!

Nas noites frias perene era sua insatisfação
Sonhava com o mundo das selvas
pois a civilidade era cheia de barbaria e agressão...

Então defendeu sua cabeça e tomou de uma espada afiada
o elmo era sufocante e escondia sua face da ameaça
Mas seu coração ainda era um alvo
E foi a flecha do cupido malvado que a fez cair em desgraça...

Mas arrancou a ponta apaixonada e imantou o coração com malha de aço
paramentou o peito com o mais duro e frio metal
Mas as suas costas ainda era um alvo...

E foram seus irmãos, os que mais amou
que sem escrúpulos lhe sorriram pela frente e suas costas apunhalou...
A traída pessoa, cobriu-se por inteiro, forjou no fogo de seu receio
a mais impenetrável égide de ferro
Tornou-se guerreira sempre com sua espada erguida
seu primeiro homicídio foi sua inocência...
mas ainda existia a justiça e a coerência

Abaixou a viseira do elmo e seus olhos anoiteceram
Encontrou um corcel corajoso, raivoso e que galopava como o vento
agüentava o peso de seu tormento...
E foi esse amigo seu único aliado e alento!

Essa pessoa defendia pessoas
lutava por um mundo de justiça e amor
mas esqueceu até que sentia dor...
E sua pureza tornou-se a aspereza...

Amava o mundo, mas o queria distante
mesmo que o elmo fosse sufocante já era parte de seu corpo
Sua armadura era cheia de arestas afiadas
Assim as pessoas mantinham-se afastadas

Mas, alguns eleitos dela se aproximavam
não temiam essa pessoa reluzente feito prata
E para esses, quando todo o peso da armadura cansava
ele deixava escapar um abafado verso...
Chorava e ninguém via...
Temia pelo destino do mundo e seus filhos e filhas...

mas a pessoa de antes não mais existia...
Contudo, vez por outra erguia sua viseira
e deixava claro que por baixo da armadura alguém chorava!

Lágrimas que pediam consolo
e não julgamento
Pois seus rastros eram cheios de rótulos
e maldosos pensamentos

Essa pessoa, ao seu modo, pedia socorro
e não bajulação... Como pessoa que era queria compreensão!

Mas logo a lágrima era julgada
e o amigo eleito aproveitava a fenda
para acusar todo o erro de sua resistência
e sua luta amarmada...

Acusava sua hostilidade e ignorava aquela lágrima
que com coragem o endurecido guerreiro derramava...
Diante um comportamento esperado
nada diferente daqueles que julgavam seus atos tresloucados
Ele recebia enquanto se abria a lição da boa conduta...

Essa pessoa, sem esperança, baixa a viseira de seu pesado elmo
Afia sua espada e acaricia sua assustadora montaria...
Sim o mundo é lindo em sua aurora...
Mas fora da armadura não há quem entenda um guerreiro que chora!

Essa pessoa seguiu solitária
É forte para a armadura que a maldade do mundo concebeu
É forte para carregar a espada que o medo forjou
Sabe galopar o vento...Com a maestria dos guerreiro que o tempo levou...

Deseja mudar o mundo
Pois dentro da lata bate , dos idos tempos, o mesmo coração...
Não se recente na solidão, pois sua armadura guarda a poesia
e a esperança de que um dia será bem melhor a vida!
mesmo que em pessoas essa pessoa não mais confia...

No dia claro, na lua que abençoa o dia que escureceu
esse guerreiro sou eu...


 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 09/03/2015
Reeditado em 10/03/2015
Código do texto: T5164073
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