Animus Empalatorius

Vlad, O Empalador, estava de saco cheio. Aquele negócio de enfiar estacas pontiagudas no cu dos presos estava perdendo a graça. Precisava criar outra forma, original de preferência, de se divertir. Jogar os presos aos leões? Não, os imperadores romanos já tinham inventado essa e a brincadeira não envolvia estacas. Tinha fixação por estacas pontiagudas e lanças. Apreciava empalamentos, não tinha jeito. “Já sei!” - pensou - “lançá-los-ei de cima do penhasco sobre as estacas em riste.” Ordenou a seus serviçais que confeccionassem e fixassem as estacas, no sopé do penhasco mais alto. Enquanto observava, lá de cima, a execução do trabalho, escorregou, precipitando-se e caindo sentado sobre um dos pontiagudos artefatos. Morreu instantaneamente, empalado. Um operário, cujo pai fora uma das vítimas do impiedoso monarca, ao ver a cena, comentou: “Tá vendo? Estaca no cu dos outros é refresco.” Esta frase, com algumas modificações, acabou caindo no gosto popular.

CARLOS CRUZ – 05/06/2007