Medo de obra?
O mais comum é o medo de cobra. E bem justificado. Mas medo de obra, não seria exagerado? Pois é, o João nos seus tempos mais rapaces, foi bambambã como laboratorista, mas era cobra mesmo era numa donjuanesca conquista. Ele tinha o dom de encantar. E daí para encantoar, não há muito que caminhar.
E estava o João a laborar no laboratório da Santa Casa de BH, numa bela tarde de fim de semana e eis que pintam para uma breve visita duas lindas sereias, amigas, também do interior, dalguma fazenda, duas graças de belas donzelas.
A conversa corria animada, como sempre soía com o João na roda, e o João chegou até a deixar de lado as pipetas para dar maior atenção às ninfetas, até que uma delas sentiu a urgência de um banheiro. Com a indicação do João, erro ela não teve não. E também era bem sinalizado
aquele sendeiro que leva o conforto às almas apertadas.
E o papo continuou, e continuou até que lapso mais que razoável de tempo passou. E neca da moça voltar. Preocupados, João e a amiga comum, foram atrás da tresmalhada ovelha.
Era um mesmo andar, um amplo corredor, e, súbito, aquele fedor! Munido de coragem, João adentrou o banheiro feminino - afinal era uma emergência - e eis que se depara, de cara, qual o quê: uma obra completa jazendo no bidê!
As deduções, dele e da acompanhante, podem não ter coincidido, mas sinal da graciosa visitante nunca mais foi percebido - nem perseguido.