Solitude

Ela vivia assim sozinha há bastante tempo e nem lembrava mais do tempo em que tinha uma família. Foram-se um a um. Ela ficara mas estava pronta para ir a qualquer momento. Nunca quis casar para não formar outra família. Tinha medo da perda, por isso nem tentava proximidade com ninguém. A morte era a sua inimiga à espreita o tempo todo, dia e noite, sem tréguas. Sozinha, podia tateá-la sem medo, podia sentir-lhe o cheiro, ouvir-lhe os gemidos, saber onde estava .E estava sempre por perto. Por isso esperava. Que viesse. Estava pronta. Não tinha mais ninguém. Nem gato, nem cachorro pra chorar sua morte. Estavam sós: ela e a morte. Uma vigiando a outra.