Expiação
Ele não sabia que eu estava ali a observa-lo,
calado, como a penetrar em sua alma,
em sua dor e em sua solidão.
Percebi que não tinha controle sobre si
que não reconhecia o espaço e o tempo
que não reconhecia a si mesmo...
Estava dividido entre a sanidade e a loucura
naquele momento mais para essa última
Ele não sabia se ficava ou se corria
Cada segundo parecia uma eternidade
Lá fora, a tarde caia, a chegada da noite o inquietava
e o atraia para a rua
Seus olhos, sua boca,
a cor da sua pele
e o ritmo de sua respiração, assumiam contornos apavorantes
Num salto ofegante,
atravessou a porta e ganhou o quintal
sem direção
Difícil saber se algo buscava ou se de algo fugia
Não havia qualquer vestígio de aparente racionalidade no seu comportamento
Andava entre os prédios
Evitava ruas e calçadas
Desaparecia atrás de muros e árvores
e reapareceria pouco depois
Seu comportamento não obedecia a qualquer padrão
Os animais e os pássaros da noite
assustavam-se com a sua presença
Escondia-se na escuridão dos becos e nos subterrâneos da cidade
Para não ser visto
Para não ser molestado
Sem passado ou futuro
Em terra desconhecida
Buscava apenas contato através do olhar
por vezes inexpressivo, sombrio ou alienado
Horas depois,
estava de volta
ao seu quarto, a sua cama
dormindo até o amanhecer
para depois acordar e tocar a vida
em algum lugar do planeta...
Acordado, repasso os registros de minha prancheta
Há dados que não cabem nesse relato.
Para melhor conhecê-lo, enquanto todos dormem ,
refaço o percurso noturno daquele ser,
meio lobo, meio homem.
Ele não sabia que eu estava ali a observa-lo,
calado, como a penetrar em sua alma,
em sua dor e em sua solidão.
Percebi que não tinha controle sobre si
que não reconhecia o espaço e o tempo
que não reconhecia a si mesmo...
Estava dividido entre a sanidade e a loucura
naquele momento mais para essa última
Ele não sabia se ficava ou se corria
Cada segundo parecia uma eternidade
Lá fora, a tarde caia, a chegada da noite o inquietava
e o atraia para a rua
Seus olhos, sua boca,
a cor da sua pele
e o ritmo de sua respiração, assumiam contornos apavorantes
Num salto ofegante,
atravessou a porta e ganhou o quintal
sem direção
Difícil saber se algo buscava ou se de algo fugia
Não havia qualquer vestígio de aparente racionalidade no seu comportamento
Andava entre os prédios
Evitava ruas e calçadas
Desaparecia atrás de muros e árvores
e reapareceria pouco depois
Seu comportamento não obedecia a qualquer padrão
Os animais e os pássaros da noite
assustavam-se com a sua presença
Escondia-se na escuridão dos becos e nos subterrâneos da cidade
Para não ser visto
Para não ser molestado
Sem passado ou futuro
Em terra desconhecida
Buscava apenas contato através do olhar
por vezes inexpressivo, sombrio ou alienado
Horas depois,
estava de volta
ao seu quarto, a sua cama
dormindo até o amanhecer
para depois acordar e tocar a vida
em algum lugar do planeta...
Acordado, repasso os registros de minha prancheta
Há dados que não cabem nesse relato.
Para melhor conhecê-lo, enquanto todos dormem ,
refaço o percurso noturno daquele ser,
meio lobo, meio homem.