Dr. Eugênio Estrôncio - (seriado – parte 3)

- Sim, sim! O Dr. Freud, a exemplo dele próprio, me recomendou que eu também morasse em Viena. Um homem muito sábio! Sapientíssimo.

- Com quantos anos o senhor iniciou o seu tratamento com o Dr. Freud?

- Com dezesseis, em Viena. Eu era muito nervoso antes de morar em Viena.

- Ah..., então a tranquilidade veio em decorrência do tratamento?

- Não, em hipótese alguma. Foi o tratamento com o Dr. Freud e a magnificência de Viena que me curaram do nervoso. O resultado foi um espetáculo!

- Conversando com o senhor e vendo a sua imensa tranquilidade como eu estou aferindo aqui nesta entrevista, quem diria que o senhor um dia já foi nervoso. Quanta mudança Dr. Eugênio!

- Mas o que no passado o deixava tão nervoso assim, a ponto de sair de seu país e fazer tratamento com o Dr. Freud?

- As mulheres.

(Larissa Helena não se contém e libera uma imensa gargalhada)

- As mulheres?

- Olha aqui geeennnnte, uma notícia de primeiríssima mão.

- Fui cutucando, cutucando e o Dr. Estrôncio abriu o jogo hein!

- As mulheres! Com dezesseis anos apenas e o senhor já tinha problema com as mulheres Dr. Estrôncio?

- Sim, sim.

- Mas como assim? Conta essa história pra gente Dr. Estrôncio?

- Com as mulheres, muitas mulheres, uma mulherada danada, um tormento sem fim.

- Dr. Estrôncio, por favor explica isso melhor pra gente. Como foi isso?

- Sem sombra de dúvidas estamos diante de um furo de reportagem dos bastidores do mundo científico minha gente!

- Não, não minha filha! Essa notícia foi dada em primeira mão há quase cem anos atrás no Jornal Tribuna do Povo, lá em Viena.

- O Dr. Freud ajudou-me a libertar-me daquelas amarras e Viena foi o cenário perfeito. Que povo maravilhoso!

- Eu mesmo chamei a imprensa e falei. O acolhimento a minhas questões foi extraordinário. Viena, Viena!

- Bem...hã, hã (Larissa Helena totalmente desconcertada), mas devido ao tempo transcorrido, talvez fosse bom relembrarmos isso tudo?

- Era uma tara Dr. Estrôncio?

- Por que o senhor ficava com tantas garotas nessa idade? O garotão Eugênio era insaciável?

- Sim, eu ficava com muitas. Um mundão delas.

- Transava com tão pouca idade com essa mulherada toda? Meeeuuuu Deus! Que louuuucura!

- Não... não, eu não transava com ninguém. Eu pensava, pensava, pensava o tempo todo só em mulher. Dia e noite pensando na mulherada. Pensava na farra e na esbornia. Era uma loucura mesmo.

- Mas as informações que eu disponho é que o senhor se envolveu com a ciência e a pesquisa ainda muito jovenzinho.

- Tá escrito aí?

- Sim nosso departamento jornalístico levantou estas informações. Diante do que está nos revelando precisamos ter a real certificação diretamente de sua boca.

- O que você tem aí na sua ficha está tudo certinho, é isso mesmo, mas junto com a ciência e pesquisa a mulherada participava ativamente também. Muita mulher, ou melhor, pensamento em mulher.

- O senhor que prega tanto o “não perder o foco”, o “tem que ter foco”, pensava tanto assim em mulheres? Isso não o atrapalhava justamente de focar nos estudos?

- Sim, sim, atrapalhava muito o meu foco. De madrugada era o momento que mais a mulherada pipocava na minha cabeça.

- Mas como o senhor conseguia ter cabeça para a ciência e pesquisa então? Sua mente parecia pervertida.

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 30/10/2014
Reeditado em 01/11/2014
Código do texto: T5016677
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