Uma Noite no Bar - Grávida! - Parte 2 de 2

O desabafo

Continuando...

-- Então ela estava...

-- Grávida! E sabe o que mais? “Vamos nos casar” foi o que ela disse depois. Pode imaginar a minha situação naquele momento?

-- Imagino.

-- Por fora, tremia de raiva, e por dentro explodia. Foi um longo minuto antes de abrir a boca e pedir uma explicação pra ela, afinal não lembra de em nenhum momento ter planejado gravidez nenhuma com ela, ou faz parte do relacionamento apenas um tomar os rumos em que se deve levar a vida dos dois. Ora, ela apenas disse que foi um acidente, e que acidente...

-- Pela sua revolta, ficou sabendo apouco...

-- Não, já faz uns dias...

-- Mas então porque tanta revolta agora?

-- Hoje eu a levei para fazer uma curetagem...

-- Abortou?

-- Um acidente...

-- Que pena.

-- É, mesmo sabendo que minha vida mudaria por completo, e toda essa minha liberdade e individualidade fossem deixadas de lado, eu até que já estava gostando da idéia de ser pai.

-- E por isso toda essa revolta?

-- Bem, na verdade, é mais por que o acidente que a fez perder o feto, não pareceu tanto assim com um imprevisto, você entende? Acho que as palavras foram pesadas demais pra ela naquela noite, e agora ela se arrependeu...

-- Acredito que tenha sido palavras bem duras para ela relevar.

-- É, foram sim, disse que tudo o que eu menos queria naquele momento era um pirralho atrapalhando minha vida, e que casamento nunca esteve em meus planos, e que preferia ela magra a tela com um barrigão atrapalhando nossas transas, e depois ainda disse que nunca que assumiria aquela gravidez... Ela ficou gelada, mas logo depois caiu no choro... Estes foram dias difíceis, pensei muito, principalmente no que tinha falado pra ela, e quando estava acostumando com a idéia recebo o telefonema da mãe dela pedindo para levá-la pro hospital, pois estava sangrando muito... E aqui estou, ela ficou lá, com a mãe fazendo companhia...

-- Sabe, trabalho aqui, há mais de vinte e cinco anos, e esta não a primeira vez que escuto esta historia, e digo mais, conselhos nesta hora não adiantam, e só digo uma coisa, espero que com o tempo, você aprenderá o quanto um filho nos faz bem, e que esta sua vida de jovem não dura muito. É melhor você ir ficar com ela...

-- Olha, você pode até ter razão, porém tenho certeza de que com ela eu não fico mais.

-- Certo! Você quem sabe, apenas estou aqui para servi-lo!

Fim

Por Evandro Sal em 24 de Maio de 2007

Dedico este conto a minha amada Diana, e ao meu amigo Gil Fernandes um grante escritor da minha terra.