As cinzas

Desde sempre eu observava,

As cinzas do cigarro de meu pai,

Caindo, suavemente, no chão.

Ás vezes, raras às vezes,

Ele as precipitava num cinzeiro,

Com a maestria mórbida de um artesão.

Junto com a fumaça densa que saia de sua boca

Junto com o prazer em sua face a cada trago,

Estava lá com meu amor, em vão.

Havia cinzas por todo lado,

Em todos os cômodos da casa.

Do jardim em ruinas ao porão.

Agora, observo, com tristeza na alma,

Um bocado de cinzas esvoaçando pelos ares

Em um bosque, de vívida vegetação.

As cinzas do meu pai após sua cremação

Vivi vendo cinzas, provocada pelo vicio.

Agora, pela enfermidade, um câncer no pulmão.

Luiz Etrerre
Enviado por Luiz Etrerre em 15/08/2014
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