Ela e eu
Tiraram-me o sol e disseram-me que eu não o merecia por não o admirar. Eu disse a eles que era cego e por isso nunca erguia minha cabeça ao céu. Eles jogaram meu argumento pela janela e ainda me humilharam pela minha falta de visão. Eu saí chorando.
Quando cheguei em casa, uma surpresa e alegria: lá estava a mulher com meu sol na mão.
– Não chore, filho, eu sempre enxergarei por você.
Eu voltei a sorrir.
Infelizmente, tempos mais tarde eu me encontrei sem visão e sem os olhos que enxergavam por mim. Voltei a chorar e nunca mais parei.