Palavras de Conforto
Sempre fui visto como nervosinho, explosivo, que não aguenta pressão, como diz atualmente pego ar fácil, quando me sinto ofendido ou mau tratado, as pessoas que me conhece já pensam, Beto vai rodar a baiana, que termo preconceituoso, mais existe momentos que até me surpreendo com minhas atitudes e comportamentos, Lembro de certa ocasião estava trabalhando numa empresa onde tinha algum prestigio e respeito, mais não era respeitado financeiramente e havia colegas que me agradavam com Whisky, camisas, sungas, livros...um que me dizia: - Pode beber e diga que é na minha conta. Numa sexta qualquer, cheguei ao bar após uma dura jornada de trabalho e pedi uma geladinha, havia algumas pessoas no recinto e um funcionário da empresa bebendo no balcão, algum minuto depois começou falar e a me ofender, dizendo que eu era metido só porque tinha um cargo mixuruca... fica aí cheio de moral, falou até mal do meu bigode, veja só? Pensava que era meu charme com as meninas, ele estava tão alterado que fiquei preocupado e a esta altura já despertará a atenção de todos querendo ver o desfecho da conversa e o dono do bar meu amigo, tentando amenizar a situação. Puxei a garrafa de cerveja para mais perto por instinto como forma de defesa e eu perguntei o porquê de tanta raiva e angustia, ele me confessou e alguns ouvindo atento seu desabafo, que ele estava com problemas financeiros e que a esposa queria abandoná-lo. Dei-lhes alguns conselhos (eu conselheiro, até parece), paguei a cerveja que ele bebeu, botei na conta do amigo claro, ele me agradeceu e ainda chorando foi embora. E meu amigo, o dono do bar pasmo me disse: - Roberto ele estava com uma peixeira na pasta que não tinha mais tamanho, eu vi e você o acalmou. Reencontrei ele depois de alguns dias mais calmo e me disse que a esposa não queria mais ir embora e que os problemas financeiros ele iria resolver, me agradeceu e de novo foi embora, desta vez sem choro.
Ás vezes de onde menos se espera, encontra-se uma palavra solidaria e amiga.
Simples assim.