O ônibus
O ônibus se revela estranho, impaciência a flor da pele por parte de pessoas que só pensam em si e em sentar.
Ele, cobrador, ela, passageiro.
Ele, interessado, ela, distraída, mas nem tanto.
Todos os dias, ela pegava o mesmo ônibus das 18 horas.
Todos os dias, ele trabalhava das 16 às 24.
Um dia, após ela sumir, ele achou estranho, já acostumado a sua feição foi atrás para encontrá-la.
Ela, sem saber, não foi atrás para encontrá-lo.
Passado um mês, ele, trabalhando, vê ela, entrando no ônibus. Mas não era uma hora apropriada.
Aquilo, apontado para sua cabeça, fazia com que ele rezasse para que ela não entrasse.
Ele, se importando, tentou reagir.
Ela, sem entender, viu ele morrer, ali mesmo.
Eles, no fundo, procuravam um ao outro, e quando acharam, já era tarde.