A SOMBRA
A SOMBRA
Lá estava a ilha, como á um coração batendo intercaladamente. Cercadas de tubarões e banhadas por águas temperadas ou amargas do atlântico. Fora da cabana o vento empurrava a porta, a luz do sol batia na parede, e uma sombra dormia no canto da sala. A janela aberta, convidava a brisa para entrar, o chão de terra batida que sustava os tijolos e os tijolos aqueles pés descalços. As crianças correndo pela praia, um escorpião sorria sob a areia quente, o chapéu branco na parede pedia respeito, esse dia será dolorido, como os dias da virgem que olhava o dorso nu do jovem pescador. Um prego enferrujado pode gangrenar aquela vida, um homem de carne vira plástico, revive o juramento que fez perante o juiz, Ele sempre pediu desculpas a ruiva. Já estivera vagando por tantas ruas, e em cada esquina ficava em pedaço de sua alma, havia pessoas deixando almas inteiras sobre os trilhos do metrô e nas encruzilhadas. A sombra olhava o céu e não conseguia ver brilho da estrela mãe, mas ela estava lá derramando suas lagrimas por cada átomo dos boêmios astros que na verdade era um homem que ia perdendo seus passos na trilha da via láctea que junto ao corpo perdido e quebrado em cada copo que caia da mesa.