RAPAZ VISTOSO

Não espera nada mais nesta madrugada fria. Uma canção de Gil acompanha seus passos pela rua escura. Algum bar aberto àquelas horas. Cães uivam ao longe, agourentos. Ela quer sua cama quente depois de um banho relaxante. Um Celta reduz a velocidade. Rapaz vistoso. Ela não conseguiu nada esta noite. Ele a convida. Ela enfia o rosto dentro do carro. Rapaz vistoso e sorridente. Dentes perfeitos. Acertam o preço. Então ele aponta a pistola e atira. Ela cai na rua escura e suja. Morre lentamente, com um tiro na cara enquanto o carro desaparece na esquina. Persiste a canção de Gil, agora longínqua.

Edilson Paulo
Enviado por Edilson Paulo em 13/04/2007
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