O PODER E DEUS
Há muito tempo, num tempo em que o próprio tempo nem mais se lembrava, DEUS colocou em um pais distante, consumido pelas chamas da paixão, ganância e volúpia, um grupo de pessoas que ordeiramente, eticamente, trabalhavam em fiscalizar os gastos públicos.
Naquela época já existia a hierarquia funcional.
O grupo incumbido de fiscalizar era composto de homens e mulheres do mais alto cabedal de conhecimento.
Tinham em seu coração postura ética e profissional para não se renderem aos prazeres da corrupção fácil que assolava aquele país.
Entretanto, na pirâmide funcional, não eram remunerados de acordo com aquilo que eles trabalhavam em prol da sociedade.
Recebiam, de tempos em tempos, promessas vãs que se perdiam ao sabor do vento.
Migalhas somente.
Entretanto, o tempo foi passando.
DEUS foi se enchendo daquilo que ele colocara naquele país.
Resolveu dar cabo de tudo para recomeçar.
Decidiu então, que na volta, aqueles que detinham o poder, não mais teriam.
Voltariam como subalternos, para sentir na carne, na pele, no espírito carcomido pela volúpia de vidas anteriores, a dor do não reconhecimento.
Iriam trabalhar, cada vez mais.
Mas, em seu coração, lá no mais fundo, algo tocaria neles.
Fariam com que, de uma certa forma, lembrassem que, as dores de agora foram frutos de dor causada em outrora a muitos.
Lembraram-se somente deles. Da cúpula.
Aos outros, migalhas somente.
Deus, em sua magnitude suprema transfere de tempos em tempos o poder e a riqueza, para que, de mãos em mãos, ela possa florescer e trazer benefícios para toda uma coletividade, e não apenas para um grupo sorrateiro que se lambuza na mesa do poder.
"Haverá choro e ranger dos dentes"