NA SUBIDA

NA SUBIDA

Enquanto pedras rolam montanha abaixo

Continuo , inda que ferido, minha íngreme escalada

Solitário na busca incessante de chegar até o topo

Dou um grito que ecoa no silêncio

Causando um grande estrondo

Enquanto subo, ao meu lado, tudo vai desmoronando

Sem olhar pra trás continuo subindo

Sem pra baixo também, já estou quase conseguindo

Começo a calcular o pequeno tempo que falta

Para enfim concluir minha jornada na subida

Mas um vento forte, atinge meu equipamento de segurança

Balança suas cordas

Começa me atirar violentamente contra as encostas

O medo toma conta de mim

A força e a confiança que tinha começo a perder

Novamente o vento me apavora, me lançando contra as encostas

Dependurado, desacordado estou à mercê de um imenso precipício

Louco para com sua frieza minha vida inteira engolir

Mas se minha vida não fosse a serviço de Deus

De que adiantaria a busca diária e incessante pelo topo?

Acontece que melhor que alcançar o ponto mais alto de uma montanha

Que sofrer muitas vezes o risco de bruscamente cair

É tentar manter uma média, uma meta de escalada

Na cotidiana luta que travamos com nossas limitadas forças

Por isso nunca pense estar mais alto que os montes

Porque acima, bem acima mesmo, está o infinito céu

É bem mais fácil despencar que até ele um dia chegar

Acredite: no sentido concreto da vida

Não temos asas pra voar, pra planar

Somente sonhos podem nos possibilitar voos planos

Asas iluminadas adquiridas por intermédio da fé

Pois enquanto tivermos de pé, podemos sonhar em voar

Somente de pé

DANIEL GUIMARAES
Enviado por DANIEL GUIMARAES em 02/06/2013
Reeditado em 02/06/2013
Código do texto: T4321285
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