Clodoaldo nasceu há 25 anos, na bucólica  Montes Verdes,  um lindo vale situado entre as mais imponentes e verdejantes montanhas de uma  região ao sul da cidade de Esperança.
                       Seu Fulgêncio, casado com Dna. Flor, mulher forte e trabalhadeira, tinha quatro filhos: Hilário, Basílio, Etelvina e Clodoaldo, o caçula, o filho que ele achava esquisito o que atribuía ao seu tardio nascimento, uma diferença de dez anos do último filho, Etelvina (tinha dez anos} quando nasceu Clodoaldo. Dona Flor dizia que ele era o fim de rama,.
                       O almoço foi servido, Seu Fulgêncio, conversava com Hilário e Basílio enquanto almoçavam, Clodoaldo comia e olhava uma velha revista que encontrara, na lixeira,  na venda de Seu Trindade. 
 
                        Já passava das seis horas da tarde, Dna. Flor já estava preparando a mesa para o jantar então falou:: - Hilário, cadê Clodoaldo, vá vê onde ele tá, traga ele.O rapaz saiu atrás do irmão, pegou uma capa de plástico vestiu, levou outra para Clodoaldo, sabia onde ele estava. No platô, olhando para a lua.
- ô mano, qui é qui ocê tá fazendo nessa chuva homi, mais ocê num tem jeito mermo hein., o pai diz que ocê é isquisito, pois eu acho qui ocê é abilolado
Clodoaldo olhou para o irmão e meio enfezado disse:
  - tô veno a lua e matutano um jeito de chegá inté ela e vou achá, sei qui  ocê o pai a mãe e o mano Basílio num acridita qui eu vou consegui, mai eu vou.. ..
 
                       Uma tarde, na venda de Seu Trindade, Clodoaldo conheceu Laurita e ficou hipnotizado, era uma jovem que chegara na cidade e pedira-lhe ajuda para encontrar o Hotel Vale Encantado; na porta do hotel agradeceu a Clodoaldo pela gentileza e deu-lhe um  beijo na face. Clodoaldo ficou impressionado, não esqueceu mais o rosto e o beijo de Laurita.
                       As festividades da colheita da uva chegaram, todos estavam na cidade participando dos festejos, Hilário e Clodoaldo haviam sumido, Basílio sabia que o irmão mais velho havia ido encontrar-se com a moça nova que chegara na cidade e Clodoaldo, bem... ninguém sabia onde havia se metido.
                       Estavam todos sentados em uma mesa comendo os quitutes da festa.
De repente chega Clodoaldo agitado:  - mãe eu vi uma moça linda, vou casá cum ela e levá ela pra morá na lua cumigo. A mãe, preocupada, com muito jeito disse: - Clodoaldo, ninguém mora na lua, ocê tá sonhando e se num pará, ninguém vai querê ocê, nem a  moça bunita qui ocê falô.
                          De repente chega Hilário de mãos dadas com Laurita, dá boa noite para todos e apresenta a jovem como sua namorada. Clodoaldo dá um pulo e agressivo diz:  - mintira, ela num é sua namorada, é minha ela inté me beijou.
                           Todos espantados, não compreendiam nada, Basílio pegou Clodoaldo pelo braço que o empurrou e gritando repetia: - diz pra ele, diz qui ocê vai casá cumigo e vai morá na lua, diz Laurita!! A jovem  aproximou-se de Clodoaldo, acariciou-lhe o rosto contraído e calmamente falou: - nós somos amigos Clodoaldo, aquele beijo foi de uma irmã para um irmão, não foi de namorado. O rapaz, como alucinado arregalou muito os olhos e saiu correndo, deixando todos desapontados e sem ação. Passaram a noite , o dia seguinte e vários dias procurando o rapaz. Clodoaldo nunca mais voltou, todos acreditaram que ele fugira e fora morar na Lua como sempre prometia. E sua mãe afirmava veementemente, para quem quisesse ouvir que às vezes o via acenando para ela, lá da Lua.
Szzamira
Enviado por Szzamira em 10/03/2013
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