Uma certa vez dentro do ônibus.

Ele veio devagar, se assentou ao lado da moça, no começo não quis conversa, no outro dia fez a mesma coisa, foi escorregando pelos cantos do ônibus e se assentou ao lado dela, muito embora houvesse vários lugares vazios no ônibus ele escolhera aquele banco, ela de soslaio ficou curiosa e assustada, por dois dias seguidos aquele rapaz se assentara ao seu lado. Era estranho. No terceiro dia ele se assentou e arriscou um “oi” ela retribuiu. A viagem foi demorada e iniciaram um diálogo.

___Você está indo trabalhar ? Perguntou o rapaz.

___Sim! E você ?

___Não... Estou indo para a faculdade, faço medicina veterinária e os

animais são meus companheiros.

___ Sim, entendi... E calou-se.

O rapaz ficou desconcertado, sem jeito, não sabia como puxar novamente uma conversa, meio tonto, inebriado pelo silêncio da moça, descera do ônibus.

No quarto dia ele veio e se assentou do outro lado do corredor, sem muita esperança de conversar. Ela sorriu e ele se calou.

No quinto dia, a moça ficou curiosa e perguntou o nome do rapaz.

___Como você se chama ? Perguntara a moça

___Kayusro é um nome indiano e não sei o porquê meu pai me deu esse nome.

Conversaram... Passaram a conversar todos os dias. Ele contou que fazia medicina veterinária, porque em tenra infância tivera um cachorro que era um grande amigo, ela contou que trabalhava como secretária de um grande advogado e que seu sonho era cursar direito, ele contara sua mãe era doméstica e tivera que trabalhar muito para criar ele e o irmão e dar aos filhos a oportunidade de estudar e ela contou que não tinha namorado e que seria legal arranjar um.

O tempo passou até que ele a levou ao cinema, se beijaram, namoraram até que ele descobriu que na verdade ela tinha namorado e que ele era o amante.

E ele se assutou!

Glauber Marques
Enviado por Glauber Marques em 30/12/2012
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