gradação

Um domingo desses, perdi, digo, passei todo o meu dia servindo à pátria. Não, eu não presto serviço militar e nem estava em alguma base do PT ajudando-os a pensar em novas armações, já que tanto eles como eu somos ótimos nisso. Fatos que comprovam o que digo a respeito do partido da estrela vermelha são fartos na imprensa, quem me conhece sabe de alguns a meu respeito também, mas vou falar agora de dois deles aqui.

Certa vez, duas colegas de sala mataram aula de Cultura Brasileira. Quando me perguntaram se o professor havia passado algum fichamento, eu respondi afirmativamente e disse que o nome do texto era “O homem e as tartarugas”. As duas pobrezinhas passaram cerca de trinta minutos na xerox da faculdade procurando por algo que não existia (!). Teve também a vez em que uma outra colega me pediu uma caneta emprestada para assinar a lista de presença. Eu emprestei, só que a caneta dava choque. Ela soltou um sonoro berro no meio da aula. Eis o nome das minhas três vítimas: Gabriela Ferper, Priscila Romualdo e Jeovana Costa. Podem até procurar por elas aqui no Recanto das Letras, pois possuem perfis!

Bom, voltemos aos meus afazeres de domingo. Eu passei onze horas do meu dia trabalhando como mesário nas eleições! Legal, né? Para tal, recebi como pagamento apenas um ticket refeição de R$ 9. Deixando o estresse e a "ingnorância” de alguns eleitores de lado, até que o dia foi proveitoso e engraçado. Teve uma hora em que fui estender a mão para pegar o título de um imbecil, digo, de um eleitor e ele pensou que eu quisesse cumprimenta-lo, já que prontamente apertou a minha mão.

Quase no final do dia, uma das meninas que estava trabalhando lá também como mesária não parava de reclamar do namorado que não chegava para vê-la. Isso me motivou a um jogo de faz de conta.

Olhei para a janela e disse que estava vindo um rapaz de terno e com flores nas mãos. Ela sorriu incrédula.

Olhei de novo para a janela e disse que estava vindo um rapaz de terno, com flores e chocolates nas mãos. Ela sorriu incrédula de novo.

Olhei de novo para a janela (é, ta ficando chato já isso) e disse que estava vindo um rapaz de terno, com flores e chocolates nas mãos e com um violão. Ela novamente sorriu incrédula.

O namorado da menina não apareceu por lá para vê-la. Mas bem que ela intimamente gostou de imaginar tudo o que propus. Às vezes, a mentira é melhor do que a verdade, tal como a (gradação) ocorrida no meu faz de conta.