Paralaxe afetiva
Naquele dia as vestimentas puseram-se a dançar e a alma da folha, iluminada, emancipou-se nas promessas do adeus. Se encontraram e se deixaram afetar:
Ele disse: _Tens o carimbo impresso no olhar!
Ela respondeu:_Vejo o mapa guardado no sopro da tua voz!
E do horizonte de eventos... olhos negros ensimesmados:
_ Heteropoiético?
Voltaram vestidos na loucura e no riso dos incautos,
Impactando as desavisadas cores do interlúdio,
Angustiando as bem pronunciadas visões dos profetas...
_Cristalizados!
Seguram na memória o tempo do voo embebido pela lágrima da alegria orvalhada. Pelo som das asas mornas, chamuscadas, nas horas pálidas... errantes, de um deus adormecido.