Paralaxe afetiva

Naquele dia as vestimentas puseram-se a dançar e a alma da folha, iluminada, emancipou-se nas promessas do adeus. Se encontraram e se deixaram afetar:

Ele disse: _Tens o carimbo impresso no olhar!

Ela respondeu:_Vejo o mapa guardado no sopro da tua voz!

E do horizonte de eventos... olhos negros ensimesmados:

_ Heteropoiético?

Voltaram vestidos na loucura e no riso dos incautos,

Impactando as desavisadas cores do interlúdio,

Angustiando as bem pronunciadas visões dos profetas...

_Cristalizados!

Seguram na memória o tempo do voo embebido pela lágrima da alegria orvalhada. Pelo som das asas mornas, chamuscadas, nas horas pálidas... errantes, de um deus adormecido.

Seilla Carvalho
Enviado por Seilla Carvalho em 29/09/2012
Reeditado em 29/09/2012
Código do texto: T3907179
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