Desincontos : Um envolvido olhar de fora.
Distante montanha abaixo, vislumbra-se pequena vila onde se seguia um rítmo único, sonoridade vibrante que pouco. Aquelas pessoas no longe pareciam pequenos seres a laborar feitos apressados animais. Do longe assim, pareciam sempre o mesmo de fazer coisas mesmices. Ao observar os dias daquelas longes pessoas abaixo, podia-se prever o futuro 20 anos à frente, que seria como se o tempo não tivesse passado.
Alguém no longe da cidade abaixo, parecia fugir aos padrões conven-
cionais das mesmices sempre. Adivinhava-se,no fundo de suas ações, algo semelhante à reflexão, seus atos e gestos não eram nem participavam dos mesmos padrões; parecia ser um novo alguém, um passo adiante na consciência, vivendo à margem da correnteza, por onde todos os outros são de igualmente levados. Engolidos pelo viver pragmático pareciam máquinas a trabalharem o que foram programados fazer. Sem resistência, estes reagiam aos comandos do exterior, sem ao menos, perceber o interior. Poderiam sorrir, solidarizar-se, confraternizar-se, mas ocupados com os acontecimentos rendiam-se a eles, sem reparar à volta nem olhar para trás. Urgentes viviam no automático.
À margem da correnteza,aquele, já cansado de ser sempre reação e nunca ação, parou de pensar já no princípio do processo e, lentamente, deixou-se vencer e seguiu o rebanho cego, pobre, sem identidade rumo ao matadouro que, logo, virá no amanhã.
A mesmice cobra o seu tributo, mata aos poucos,cansada de si mesma.