De trás pra frente, foi assim que se notou

De trás pra frente, foi assim que se notou. Foi assim que perceberá o que se passou na sua "existência" e no mundo que, provavelmente, habitara.

Naquele momento, ela deparou com muitas verdades, que antes tentara desacreditar.

Foi quando ela viu ruir o seu futuro, pois no futuro havia um rombo, e deste buraco ela se viu no seu passado.

Pois, o passado era um buraco no seu futuro.

Deste rombo, portanto, esvaia todas as coisas e não coisas, em forma de lembranças e palavras.

Diante disto, ela se deu conta, que seus pequenos momentos de alegria- que antes ela aceitara ser genuínos- não passava de uma verdade inventada, todos eles.

Como ela não se dera conta disto antes, como?!

Bem... Eu não sei, O que sei foi que ela viu todas as mentiras e verdades mentirosas se desmoronar.

E foi vendo cada caquinho do seu escombro, foi reconhecendo o que eles eram, o que eles não eram, e o que realmente são.

Foi quando num momento, sem exitar, ela pegara um caco, e vira nele, todas as mentiras... Eram muitas, que dantes já as tinhas reconhecidas, logo, só recordara o quão mentiroso -falso- era o mundo em que "habitara".

No entanto, havia os cacos de convicções antes ditas, ideias criadas, e se dera conta que todas elas eram inexistentes.

Era antes uma verdade inventada, não só por ela, mas por todos que habitara o mesmo lugar, soavam palavras ditas como verdades e possíveis, mas não passavam de palavras, apenas.

Estes momentos, era o momento em que tudo se mostrara ser o que realmente era, e o que diziam ser, era realmente o que não existia.

Do buraco do seu futuro, jorravam palavras, muitas delas, a maioria eram bonitas, mas bonitas só na forma de ser, a forma que as deram, pois o que elas queriam expressar realmente, não existia de verdade.

Vira então, naquele jorrar de palavras, algumas expressões, que "agora" ela reconhecera, que era apenas uma invenção.

Então, enxergou a palavra cumplicidade, mas virá que seu conceito não fora aplicado, como as outras: amor, carinho, compaixão, simplicidade, verdade, empatia, paz, eu prometo, amizade, sorte, vitoria, felicidade, generosidade, ingenuidade, anjo da guarda...

Ah! Ela me confessou que não tivera um ajo da guarda, e agora ela sabia o porquê.

Donde estava "agora", constatara que nada fora aplicável, mas tivera dúvida se era possível também...

Dúvida, sempre fora uma palavra aplicável, tanto antes como "agora", isto ela dissera.

Também, veio a tona, as palavras que ninguém gostavam - naquele lugar, onde achara que habitara- ou só fingiam que não gostara delas, pois, estranhamente todas elas expressavam o que realmente queriam dizer de verdade, ela percebera que todas elas foram aplicável:

Guerra, ódio, brutalidade, ganancia, medo, desinteresse, arrogância, desdem, atrocidades, impiedosos, acreditar -sim acreditar, ela dizia que o acreditar, era dolorido- e muitas, muitas e milhares de palavras parecidas com essas.

E no seu agora, ela ia percebendo, o que antes era imperceptível e o que era perceptível naquele lugar, na verdade ou na mentira, tudo era controverso naquele lugar.

E sendo assim, agora sua cabeça girava, seus pensamentos eram intensos, pois perceberá quanta coisa houve, quanta foi criado, quando foi dito, quanto foi feito na mentira e na contradição.

No entanto, esse seu futuro com um furo, não lhe dera muito certeza ainda, pois as coisas ainda se confundiam, por causa das palavras, pois diante de todas essas desconstruções, teriam que criar novas palavras ou criar "coisas", para quais realmente elas se aplicam.

Ainda, me dissera que tinha receio do que estava se expressando. Todas essas palavras, que me dissera, pois a dúvida, -como ela disse antes- sempre a faria pensar na legitimidade de tudo o que me contara.

Eh... ela tinha credibilidade na dúvida ...

Por fim, ela disse, que diante de tantas contradições, que envolveram ou envolvem -ainda- as palavras que nomeiam as ações das quem as usam, ela decidiu que as usariam, apenas por fantasias.

Fiquei me perguntando, fantasias? Como fantasias...

Mas, antes de colocar voz nas minhas palavras, -que naquela altura, eu já sabia que não eram minhas- ela disse:

Que as usarias na POESIA...

Pois na Poesia se pode tudo!

Usando verdades ou mentiras, ainda assim seriam poesias, disso ela não tinha DÚVIDA!

Ela "agora", habitara em um mundo de contos.

Quem era Ela?

Tenho Dúvida!

...

claudinele alves do carmo
Enviado por claudinele alves do carmo em 16/08/2012
Reeditado em 16/08/2012
Código do texto: T3833683
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