O SENTIDO DA VIDA
Subiu um degrau de cada vez.
O mestre que o acompanhava estava a seu lado com seu cajado, uma vara fina, arqueada na ponta.
Ambos estavam vestidos com túnicas de algodão surradas pelo tempo.
Nos pés, sandálias antigas.
O discípulo ou aprendiz estava silencioso e o mestre era assim todos os dias.
A escada feita de pedra era alta e ao redor via-se muitas árvores verdes e frondosas que pareciam falar com aqueles que passavam por ali.
O esforço de subi-la era mínimo diante de tanta beleza em volta o lugar.
Após algum tempo, quando chegaram ao topo, o mestre exclamou ao discípulo atento, mas silencioso:
___ Isto é vida!
E abriu os braços como se abençoasse tudo ao mesmo tempo em que percebia a presença de seres luminosos.
O discípulo sorrindo, disse então:
___ Somente agora compreendo o que vejo, meu amigo e mestre.
O mestre espichou o olhar para ele e quis saber:
___ O que compreende agora, meu filho?
O discípulo respondeu:
___ Que viver é o máximo no esforço mínimo que se faz a cada degrau galgado.
O mestre sorriu e logo em seguida disse:
___ Exatamente! Cada degrau é uma fase em sua caminhada, e, em cada passo que sobe, a escalada da sua própria evolução.
Ambos, mais uma vez, se integraram diante da cidade vista do alto.
Lá embaixo, todos que viviam continuavam indo e vindo, enquanto lá, do alto, mestre e discípulo se compraziam com a notoriedade de suas vidas em comum.