A MERETRIZ DE APRENDIZ
A MERETRIZ DE APRENDIZ
Ele, mancebo novo, no auge das necessidades de sexo; de experiência pouca, é bem verdade, porém não mais trazia a timidez da virgindade de homem com mulher; pois aquela do gozo com fêmea (não mulher) de muito que ele tivera vários prazeres.
O povo na sua sábia vivência diz que quem comeu da fruta; e gostou, voltará para comer de novo. E ele queria outra vez.
Ela, já não mais trazia estampada no corpo a juventude que dá viço; não que fosse alquebrada, nem tão pouco desleixada. Mas o cheiro de fêmea de há muito havia enfraquecido, só exalava um almiscarado bodum. Porém dependendo dos olhos que a visse, ainda era apreciada e desejada; não sabendo o visionário que ela nunca teve traquejo nos embates sexuais. Haja vista que nunca sentiu as delícias do orgasmo, quando muito foi estimulada na arte do coito, o qual passou a ser mais uma obrigação.
Se ele queria e ela não, o lógico da coisa era não acontecer. Mas quando o homem subjuga resta aos outros animais obedecer ou morrer.
E ela, uma cabra doméstica, aceitava seu destino: uma meretriz de aprendiz de homem.