Ausência - In Contos sem data

Estava a caminhar a um instante de mim e, dormia o pensamento ausente de si mesmo; dobrava eu a esquina em leves nuvens brancas,parecia eu na imaginação de outro ser distante de mim.Sentia eu algo estranho que não parecia ser eu a sentir.Talvezmente, ilusão de uma mente vazia que já velha vacilava os passos,hesitava os rumos.

As esquinas quebradas não mais estavam ali,inexistiam no algo salgado que lembrava a razão culpando em si mesma o excesso.

Dissolvia-se o chão em que pisava,no entanto,andava,ainda,eu em solo impreciso: alucinava vidas diferentes,amores diferentes,abraçava-os eu calidamente sem nada ali estar.

Perdera-se-me eu.Em que instante de mim não o sabia eu, e lá estava o que os olhos viam,o que percebia eu e aquilo tudo ilusão e alucinação parecia Real.

Realmente dormira eu e desejara o dormir sempre.Sem nunca acordar e machucar-me, sem o saber que era eu próprio já ausente de mim sem razão.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 24/07/2012
Código do texto: T3794402
Classificação de conteúdo: seguro