Despreparados para o combate

Onze horas, noite fria e sombria, seus passos ecoavam no silêncio de seus pensamentos. A rua era estreita e esburacada, naquele momento seus desejos eram quase palpáveis e se concretizavam frente a um portão coberto de estrelas, de onde se via mais estrelas do que qualquer outro lugar naquela cidade. Lá ficava uma pequena casa azul de janelas iluminadas, em seu interior estava Felina, nossa ilustre personagem, bolando um plano mirabolante para dominar o mundo se livrando de seu mais novo inimigo... O Super Morcego.

As noites frias a incomodavam um pouco, pois sua roupa preta de borracha ficava mais rígida e dificultava os movimentos... O que a fez lembrar que não havia fechado a janela... Foi quando ela viu a figura negra escorada em seu portão de ferro ostentando seu disfarce de couro e sua capa comprida, porém sem a máscara, revelando sua identidade.

Felina se assustou constatando o que temia, era ele, hora de colocar seu plano em prática ou negar fogo.

- Fugir!!! Nunca. - ou seu nome não era Felina.

Foi até a porta, pensou um pouco, ensaiou sua pose de vencedora preferida e saiu...

Seus olhos se cruzaram na escuridão como em um confronto final, havia neles um ódio incontrolável e podia-se ouvir a batida de seus corações.

- Posso entrar? - perguntou o Super Morcego, mas... Que sentido teria essa pergunta?

Felina percebeu que sua voz tão normal indicava que ele não era tudo aquilo que ela imaginava e temia, seu desconforto inicial amenizou.

Felina o deixou entrar, afinal estava em seu território e tinha um bom plano, mas nunca dê as costas ao seu inimigo. Entraram em silêncio na pequena casa de paredes azuis, na mente dele se passavam milhões de coisas... Ela mal pode imaginar o que a espera, já quase deixando escapar um sorriso de satisfação... Quando ela sentir o poder da minha super, hiper, mega arma... Mal poso esperar... Só preciso de uma chance de... Foi quando felina percebeu seu erro, seu fabuloso plano para dominar o mundo havia ficado sobre a mesa, em um salto correu para escondê-lo, esse foi o tempo que Super Morcego precisava para sacar sua poderosa faca...

“Faca???.” Um pequeno punhal prateado de dez centímetros no máximo. Felina ao voltar-se para seu rival não pode conter a decepção.

- Só isso? - ironicamente deixando a insatisfação vazar em seu semblante. - Não acredito que você veio ate aqui só pra me mostrar uma faquinha desse tamanho?

Nesse momento em um súbito impacto a porta se abre, quebrando o clima mais frio que gelo para ele e mais quente que fogo para ela, era Tobin, o fiel parceiro de aventuras do Super Morcego.

Seus olhos quase se enchiam de lágrimas em um desespero cômico ao presenciar a cena de seu companheiro com a faca na mão, apontando para Felina que exibia um sorriso na cara devido a toda aquela situação.

- Não acredito! - com desprezo o ódio no olhar. - Não posso acreditar que você ta me traindo com essa... essa aí. - O Super Morcego já meio sem jeito tentou explicar.

- Não é o que você ta pensando eu... eu...

- Não tente disfarçar eu entrei aqui e te vi aí, com a faca pra fora... Felina interrompeu enfatizando.

- Mini-faca! - E sob o olhar constrangido do Super Morcego, Tobin continuou...

- Não importa! Você não podia ter feito isso comigo, com a nossa faca, de tantos momentos juntos. - Silêncio... Super Morcego resolveu falar.

- Mas minha faca do poder é e sempre foi sua... eu só ia...

- Já disse que não importa o que você ia ou não ia fazer, mas eu sei o que vou fazer, me dê essa faca, se ela e minha então... - Tobin cravou a faca no próprio peito e caio no chão, agonizando em seus últimos suspiros.

Mas... deixando o teatrinho de lado e voltando ao combate. Felina resolveu aproveitar a confusão para se sobressair.

- E agora o que vai fazer? Me mostrar seu estilete ou me matar com o cortador de unhas?

- Droga! Meus planos foram por água abaixo, perdi meu parceiro, minha faca do poder! Agora vou ter que usar minha arma secreta...”

- Humm! Arma secreta?! - Felina interessou-se.

Super Morcego tirou de dentro das calças uma bazuca e colocou sobre o ombro, fazendo cara de matador.

- Isso e o suficiente pra você?

- Agora sim. - Animada. - Resta saber se tem potência.

- Asta La vista baby...

BUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMM

... E o tiro saiu pela culatra.

Eliane Verica e Marina Kobai
Enviado por Eliane Verica em 22/05/2012
Reeditado em 02/06/2012
Código do texto: T3682024
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