Nosso amor além das eras...
(no passado)
(no passado)
Incrivelmente hoje bateu uma saudade, dessa que faz a gente viajar no túnel do tempo e voltar a eras distantes, a um passado que a realidade desconhece... Eu me vi seguindo numa carruagem por uma estreita ruela de chão batido seguindo em direção ao castelo do Senhor Clouber De Luvre.
Era uma construção antiga e sombria numa vila com o nome de seu pai o Conde Pierre De Luvre, dono de todas aquelas terras. O cocheiro conduzia rapidamente o auto e eu olhava as pastagens, as árvores, os animais, a manhã embaçada que comungava do meu estado de espírito, embotado pela minha tristeza... Seguia como se fosse a um matadouro, obrigada pelas convenções.
Eu ia na carruagem, acompanhada de meus pais e meu primo Ruan, que sentado a minha frente, viajava de olhos plantados no chão, cabisbaixo, também com ar tristonho. O silêncio reinava entre nós, até que uma lágrima teimosa rolou em minha face e minha mãe, tentando me consolar dizia: “Você vai aprender a amar seu esposo, filha! Ele é um bom homem! Comigo também foi assim, filha...”
Como eu ira amar aquele homem desconhecido, muito mais velho que eu, que negociara minha vida com meus pais como se fosse eu um pedaço de terras ou uma junta de gado??? Antes mesmo de o conhecer eu já o odiava...
Amar, ... como amar aquele homem que comprara a minha vida, se meu coração já tinha um dono?... Olhei para Ruan e ele olhou-me... nossos olhos se encontraram cúmplices no silêncio daquele momento... Sem nenhuma palavra, apenas com a ternura de nossos corações...
_ Chegamos! Avisa o cocheiro abrindo a porta da carruagem e estendendo a mão para que descéssemos. Meu coração bate descompassado, eu não queria ir.
Entramos no castelo, e Clouber nos esperava como bom nobre e anfitrião que era. Apresenta-nos seu palácio, e em seguida deixa minha mãe e eu com a Senhora Condessa De Luvre e sua filha Senhorita Desirrèe (a mãe e a irmã de Clouber) e convida meu primo e pai para irem caçar raposas até a hora do almoço.
À hora da refeição, os homens retornam suados e aparentemente felizes, exceto Ruan. Fazem sua higiene e em seguida nos reunimos à mesa. As famílias aproveitam para tratar dos combinados para o casamento que será em breve, para minha infelicidade... Ao findar desse dia, voltamos para casa iluminados pelas estrelas esparsas no céu e uma frágil lua que volta e meia se escondia atrás das nuvens.
Passa o tempo e chega o dia afinal, estou sendo preparada para a cerimônia de casamento pelas pajens de companhia que meu noivo mandara, quando vejo entre as cortinas de minha janela, os olhos atentos e tristes de Ruan. Peço que as moças saiam um pouco do meu aposento e tranco a porta. Ele entra se aproximando de mim. Segura minhas mãos, olha-me nos olhos e com respiração ofegante entrega-me uma flor do jardim e me beija no rosto... O beijo mais terno e quente que eu jamais havia recebido.
Nos abraçamos, com uma sofreguidão e saudade de quem estivesse longe há muitos anos e em um silêncio que falava por nós, nos amamos ali em minha cama. Ele então pronunciou em meus ouvidos: “Não se case! Fuja comigo! Vamos para Londres! Lá poderemos ser felizes!...
Tomados pela loucura de nosso amor até então abafado pelo respeito às convenções e pelo medo, pulamos a janela do meu quarto, esgueirando-nos para não sermos visto e saímos galopando estrada a fora em disparada desejando que o animal tivesse asas... Quando uma flecha atravessa minhas costas e vasa meu peito manchando o branco do vestido de noiva de um vermelho forte e, igualmente trespassa o corpo de Ruan. Nossos corpos caem inertes no chão, ... e uma dor enorme traz-me de volta ao presente... retorno balbuciando: Ruan, Ruan, meu amor!... Não foi ainda dessa vez que ficamos juntos!!!...
Passo a mão no peito, a marca arredondada em forma de queloude na altura de meu coração... Agora eu entendo essa cicatriz que tenho no peito...
Venho para o meu PC e rapidamente escrevo esse conto que pode até lhes parecer insólito, mas para mim, foi uma real viagem no tempo...
Era uma construção antiga e sombria numa vila com o nome de seu pai o Conde Pierre De Luvre, dono de todas aquelas terras. O cocheiro conduzia rapidamente o auto e eu olhava as pastagens, as árvores, os animais, a manhã embaçada que comungava do meu estado de espírito, embotado pela minha tristeza... Seguia como se fosse a um matadouro, obrigada pelas convenções.
Eu ia na carruagem, acompanhada de meus pais e meu primo Ruan, que sentado a minha frente, viajava de olhos plantados no chão, cabisbaixo, também com ar tristonho. O silêncio reinava entre nós, até que uma lágrima teimosa rolou em minha face e minha mãe, tentando me consolar dizia: “Você vai aprender a amar seu esposo, filha! Ele é um bom homem! Comigo também foi assim, filha...”
Como eu ira amar aquele homem desconhecido, muito mais velho que eu, que negociara minha vida com meus pais como se fosse eu um pedaço de terras ou uma junta de gado??? Antes mesmo de o conhecer eu já o odiava...
Amar, ... como amar aquele homem que comprara a minha vida, se meu coração já tinha um dono?... Olhei para Ruan e ele olhou-me... nossos olhos se encontraram cúmplices no silêncio daquele momento... Sem nenhuma palavra, apenas com a ternura de nossos corações...
_ Chegamos! Avisa o cocheiro abrindo a porta da carruagem e estendendo a mão para que descéssemos. Meu coração bate descompassado, eu não queria ir.
Entramos no castelo, e Clouber nos esperava como bom nobre e anfitrião que era. Apresenta-nos seu palácio, e em seguida deixa minha mãe e eu com a Senhora Condessa De Luvre e sua filha Senhorita Desirrèe (a mãe e a irmã de Clouber) e convida meu primo e pai para irem caçar raposas até a hora do almoço.
À hora da refeição, os homens retornam suados e aparentemente felizes, exceto Ruan. Fazem sua higiene e em seguida nos reunimos à mesa. As famílias aproveitam para tratar dos combinados para o casamento que será em breve, para minha infelicidade... Ao findar desse dia, voltamos para casa iluminados pelas estrelas esparsas no céu e uma frágil lua que volta e meia se escondia atrás das nuvens.
Passa o tempo e chega o dia afinal, estou sendo preparada para a cerimônia de casamento pelas pajens de companhia que meu noivo mandara, quando vejo entre as cortinas de minha janela, os olhos atentos e tristes de Ruan. Peço que as moças saiam um pouco do meu aposento e tranco a porta. Ele entra se aproximando de mim. Segura minhas mãos, olha-me nos olhos e com respiração ofegante entrega-me uma flor do jardim e me beija no rosto... O beijo mais terno e quente que eu jamais havia recebido.
Nos abraçamos, com uma sofreguidão e saudade de quem estivesse longe há muitos anos e em um silêncio que falava por nós, nos amamos ali em minha cama. Ele então pronunciou em meus ouvidos: “Não se case! Fuja comigo! Vamos para Londres! Lá poderemos ser felizes!...
Tomados pela loucura de nosso amor até então abafado pelo respeito às convenções e pelo medo, pulamos a janela do meu quarto, esgueirando-nos para não sermos visto e saímos galopando estrada a fora em disparada desejando que o animal tivesse asas... Quando uma flecha atravessa minhas costas e vasa meu peito manchando o branco do vestido de noiva de um vermelho forte e, igualmente trespassa o corpo de Ruan. Nossos corpos caem inertes no chão, ... e uma dor enorme traz-me de volta ao presente... retorno balbuciando: Ruan, Ruan, meu amor!... Não foi ainda dessa vez que ficamos juntos!!!...
Passo a mão no peito, a marca arredondada em forma de queloude na altura de meu coração... Agora eu entendo essa cicatriz que tenho no peito...
Venho para o meu PC e rapidamente escrevo esse conto que pode até lhes parecer insólito, mas para mim, foi uma real viagem no tempo...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa,
30/04/2012
30/04/2012
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*Obs.: Conto ao estilo Romeu e Julieta, Tristão e Isouda,... amor medieval... Pelo menos eu tentei...
**Obs.: O conto é apenas uma ficção, não condiz com minhas crenças, pois não creio em outras vidas ou reencarnação.