O ANGU DO GOMES
A Praça XV, no Rio de Janeiro, já foi palco da elite carioca em tempos passados, local em que está localizado o Paço Imperial e a Antiga Catedral, onde se realizavam os principais eventos religiosos com a participação da Corte
Na década de 60, tornou-se ponto de encontro da malandragem e das pessoas que cruzavam a Baia de Guanabara, via barcas, único caminho para se chegar a Niterói.
Era ali, próximo às Barcas que ficava o Gomes com seu panelaço de angu, mata-fome dos trabalhadores e malandros das noites cariocas. Era angu mesmo; não era tutu. Era fubá com miúdos, carne ou lingüiça, tempero saboroso e uma pimentinha para quem gostasse. As centenas de pessoas que passavam por lá, alimentavam-se do Angu do Gomes, cuja fama se espalhou atraindo todos os tipos de pessoas, até mesmo, os de bom poder aquisitivo.
Havia outros lugares, como: A leiteria da Lapa, o restaurante giratório da Praça Tiradentes, a Taberna da Glória, o Bar Luiz, o Bar Brasil, o Amarelinho, O Beco das Garrafas - ponto dos freqüentadores de boates em Copacabana, “La Fiorentina” - no Leme, ponto de artistas de TV, estúdios de gravações e ainda o mercadinho azul , mercadinho amarelo dos apreciadores de cafezinho ou charuto, O Bola Preta, a Espaguetelândia e vários outros, mas, nenhum foi tão famoso quanto o Angu do Gomes, que alimentava noite a dentro e por onde passou toda a pobreza das noites cariocas. Até os mendigos comiam lá. Há quem diga que ainda existe o angu do Gomes, herdado por uma neta, Dona Ana, servido ás quartas -feiras na rua de Santana, 183 – Praça XI.