Nas minhas andanças pelo astral, saia e ficava esperando por você.
Mas, todas as vezes que passavas não me vias, e seguias sempre em direção ao mesmo morro que ficava adiante da praça.
Porém, esta noite, resolvi te acompanhar.
Mesmo sem me ver, subimos o morro.
Lá no alto havia uma pequena capela.
Você entrou e depois resolvi fazer o mesmo.
Quando entrei, que surpresa!
Viestes me receber sorridente e dizendo:
- Eu te via todas as noites e me perguntava, por que não me seguias.
- Então, me vias e não me dizias nada?
- Sim – respondeu ainda sorrindo – queria saber quantas noites ia esperar para me seguires até aqui.
- Que capela é esta? – perguntei.
Ela fez uma carinha de espanto e então respondeu:
- Ora, então não recordas? Foi aqui que me batizou como padrinho na minha ultima vida.
Só então lembrei, daquele dia em que a segurei tão pequenina nos braços e jurei diante do altar, dar-lhe proteção por toda sua vida.
- Agora que te reencontrei, vou cumpri minha promessa. Estará sob minha proteção e nada de mal deixarei que te aconteça.
- Esta proteção eu já tenho... Queria algo maior e mais valioso de ti.
- Então peça e terá teu pedido realizado.
Sorrindo e alisando meu rosto ela respondeu:
- Nesta vida eu quero ter o teu amor e com ele, quero viver ao teu lado viver a felicidade de unir nossas almas.
- Esta manhã quando eu te encontrar no banco da praça, te darei uma rosa vermelha. Assim saberá que sou eu.
Na manhã seguinte, quando me sentei no banco da praça já nem lembrava do que havia acontecido na noite passada. Estava ali sentado por um impulso que não sabia a razão.
Algum tempo depois, parou um carro diante de mim. No volante um motorista fardado e no banco de trás, uma linda moça.
Ela baixou o vidro e ofereceu-me uma rosa vermelha. Levantei-me e recebi a rosa. Cheirei-a e então perguntei:
- Então é você a moça que esta noite encontrei na capela?
Ela sorriu e confirmou.
- Desça. Vamos conversar ali sentados no banco – convidei-a esperançoso de passar mais tempo com ela.
- Não posso. Vim apenas para que me conhecesse. Amanha voltarei e a noite nos encontraremos novamente na capela.
E assim aconteceu. Todos os dias ela me levava uma rosa vermelha, mas sem nunca descer do carro, e a noite no astral nos encontrávamos na capela. Isso durou um mês.
Nosso amor crescia a cada encontro.
A noite chegou e novamente nos encontramos no astral, na mesma capela como sempre fazíamos.
Ela então disse:
Amanhã vou te cobrar a promessa de amor que me fizeste.
Na manha seguinte, ao ir para a praça para esperá-la, quando me aproximei do banco que costumava sentar-me, vi que havia uma mulher em uma cadeira de rodas parada diante do banco. Estava de costas para mim e não pude ver de quem se tratava.
Quando cheguei perto, ela girou a cadeira e só então vi de quem se tratava. Era ela.
No inicio me espantei. Não podia imaginar que ela era paraplégica.
- Surpreso querido? Não imaginava que eu fosse paralitica?
- Sim. Estou surpreso sim, mas bem que poderia ter me dito isso desde o inicio.
- E o que mudou?
- Sofri um acidente quando fui comprar uma rosa. Então fiquei paraplégica.
Olhei para ela, vi nos seus olhos a sua ansiedade para ouvir minha resposta. Percebia que de mim dependia muito o futuro dela. No fundo do meu coração eu a amava. O que poderia significar eu continuar aquele romance? Estarei eu capaz de levar adiante este romance? Agora eu estava sentindo pena, ou ainda a amava?
Ela continuava a me fitar, sem nada falar. Olhei em seus olhos e confiante do que sentia respondi.
- Dentro de sete dias, vou estar no final da tarde a tua espera na capela. Que vá ao meu encontro vestida de noiva. Durante estes dias, vou cuidar de preparar nossa casa e cuidar dos papeis.
Ela ficou tão feliz ao ouvir o que eu nem respondi, algumas lágrimas escorreram dos seus olhos.
Beijei seus olhos e depois seus lábios e em seguida me despedi.
Quando cheguei em casa, fiquei pensando. No passado fui seu padrinho de batismo. Prometi protegê-la de tudo. Nesta vida ela surge e me pede que a ame. Como se a promessa do passado valesse também desta forma. Na verdade eu a amava. O amor não é apenas para que alguém possa doar a quem esteja em perfeita condições física. Se for amor, ele vai servir para ser vivido de todas as formas.
No dia marcado ela apareceu vestida de noiva, sentada na cadeira de rodas ao lado do seu pai. As bodas foram celebradas e por toda a noite comemorada com um grande banquete.
Mais tarde eu a levei para a nossa lua de mel na casinha que eu havia preparado pra ela.
Quando chegamos, carreguei-a nos braços e ao entramos no nosso quarto, então ela pode ver nosso leito todo enfeitado de rosas vermelhas. Deitei-a em um dos lados da cama e disse.
- Multiplique estas rosas por cem e estes e assim serão os dias que ao teu lado vou te amar.
- São centenas de rosas, querido. Será que viverei tanto assim?
Eu apenas sorri. Retirei as rosas e as coloquei em alguns vasos antes de deitar-me ao seu lado e nos amamos. Foi então que ela disse:
- Pena não poder te dar filhos, meu amado.
Esqueci-me de dizer que ela se chamava Mariana.
Por um ano vivi aquele amor intensamente. Mariana era uma mulher fantástica, carinhosa e muito amorosa.
Um dia ao acordar, me dei conta que estava na UTI de um hospital. Ao meu lado um médico me examinava.
- O que estou fazendo aqui? Onde está minha esposa? O que aconteceu?
O medico sem demonstrar qualquer reação, respondeu:
- Esteve em coma por mais de dois anos. Pelo que me consta o senhor nunca foi casado.
- Como não? Casei com a minha Mariana...
- Muitas pessoas que ficam em coma, quando retornam contam histórias, mas foram apenas sonhos. Agora vai ficar bem. Suas funções vitais estão funcionando perfeitamente bem. Tem uma enfermeira que cuida do senhor e logo ela virá para dar sua medicação.
Depois que disse isso ele saiu. Não demorou e uma enfermeira entrou. Usava mascara hospitalar porque era praxe entrar assim numa UTI.
- Acredita em milagres Sr. Gustavo? Eu acredito.
- Estou confuso. Não entendo nada do que aconteceu. Milagres eu acho que eles existem sim.
- Sabe Sr. Gustavo, eu estive por um pouco mais de dois anos paraplégica. Fui comprar uma rosa e sofri um acidente. Um dia acordei e estava boa. Não sei explicar como fiquei boa. Dizem, e eu acredito mesmo que foi milagre. Então retornei ao meu trabalho neste hospital e pedi para cuidar do senhor. Faz mais de um ano que cuido do senhor. Mas o senhor estáva em coma desde o meu acidente.
- Por que pediu pra cuidar de mim?
- Porque foi o senhor que causou aquele acidente. Todos os dias rezava para que ficasse curado.
- Muito gentil de sua parte...
Ela não me deixou terminar e continuou a falar.
- Eu estive por um algum tempo paraplégica. Fui comprar uma rosa e sofri aquele acidente. Durante o tempo que eu estava paraplégica, sonhava com uma capela e nela encontrava um homem muito bonito e bondoso. Acredita que nos meus sonhos eu casei com ele? Foi lindo muito lindo este sonho.
Então eu me dei conta do que acontecia ali e arrisquei falar:
- Então eu te acompanhei até a capela e lá perguntei que capela era aquela e tu me respondeste, que era a capela onde eu havia te batizado... Como é seu nome, posso saber?
A enfermeira voltou-se espantada para mim e respondeu:
- Meu nome é Mariana.
Fim.
Mas, todas as vezes que passavas não me vias, e seguias sempre em direção ao mesmo morro que ficava adiante da praça.
Porém, esta noite, resolvi te acompanhar.
Mesmo sem me ver, subimos o morro.
Lá no alto havia uma pequena capela.
Você entrou e depois resolvi fazer o mesmo.
Quando entrei, que surpresa!
Viestes me receber sorridente e dizendo:
- Eu te via todas as noites e me perguntava, por que não me seguias.
- Então, me vias e não me dizias nada?
- Sim – respondeu ainda sorrindo – queria saber quantas noites ia esperar para me seguires até aqui.
- Que capela é esta? – perguntei.
Ela fez uma carinha de espanto e então respondeu:
- Ora, então não recordas? Foi aqui que me batizou como padrinho na minha ultima vida.
Só então lembrei, daquele dia em que a segurei tão pequenina nos braços e jurei diante do altar, dar-lhe proteção por toda sua vida.
- Agora que te reencontrei, vou cumpri minha promessa. Estará sob minha proteção e nada de mal deixarei que te aconteça.
- Esta proteção eu já tenho... Queria algo maior e mais valioso de ti.
- Então peça e terá teu pedido realizado.
Sorrindo e alisando meu rosto ela respondeu:
- Nesta vida eu quero ter o teu amor e com ele, quero viver ao teu lado viver a felicidade de unir nossas almas.
- Esta manhã quando eu te encontrar no banco da praça, te darei uma rosa vermelha. Assim saberá que sou eu.
Na manhã seguinte, quando me sentei no banco da praça já nem lembrava do que havia acontecido na noite passada. Estava ali sentado por um impulso que não sabia a razão.
Algum tempo depois, parou um carro diante de mim. No volante um motorista fardado e no banco de trás, uma linda moça.
Ela baixou o vidro e ofereceu-me uma rosa vermelha. Levantei-me e recebi a rosa. Cheirei-a e então perguntei:
- Então é você a moça que esta noite encontrei na capela?
Ela sorriu e confirmou.
- Desça. Vamos conversar ali sentados no banco – convidei-a esperançoso de passar mais tempo com ela.
- Não posso. Vim apenas para que me conhecesse. Amanha voltarei e a noite nos encontraremos novamente na capela.
E assim aconteceu. Todos os dias ela me levava uma rosa vermelha, mas sem nunca descer do carro, e a noite no astral nos encontrávamos na capela. Isso durou um mês.
Nosso amor crescia a cada encontro.
A noite chegou e novamente nos encontramos no astral, na mesma capela como sempre fazíamos.
Ela então disse:
Amanhã vou te cobrar a promessa de amor que me fizeste.
Na manha seguinte, ao ir para a praça para esperá-la, quando me aproximei do banco que costumava sentar-me, vi que havia uma mulher em uma cadeira de rodas parada diante do banco. Estava de costas para mim e não pude ver de quem se tratava.
Quando cheguei perto, ela girou a cadeira e só então vi de quem se tratava. Era ela.
No inicio me espantei. Não podia imaginar que ela era paraplégica.
- Surpreso querido? Não imaginava que eu fosse paralitica?
- Sim. Estou surpreso sim, mas bem que poderia ter me dito isso desde o inicio.
- E o que mudou?
- Sofri um acidente quando fui comprar uma rosa. Então fiquei paraplégica.
Olhei para ela, vi nos seus olhos a sua ansiedade para ouvir minha resposta. Percebia que de mim dependia muito o futuro dela. No fundo do meu coração eu a amava. O que poderia significar eu continuar aquele romance? Estarei eu capaz de levar adiante este romance? Agora eu estava sentindo pena, ou ainda a amava?
Ela continuava a me fitar, sem nada falar. Olhei em seus olhos e confiante do que sentia respondi.
- Dentro de sete dias, vou estar no final da tarde a tua espera na capela. Que vá ao meu encontro vestida de noiva. Durante estes dias, vou cuidar de preparar nossa casa e cuidar dos papeis.
Ela ficou tão feliz ao ouvir o que eu nem respondi, algumas lágrimas escorreram dos seus olhos.
Beijei seus olhos e depois seus lábios e em seguida me despedi.
Quando cheguei em casa, fiquei pensando. No passado fui seu padrinho de batismo. Prometi protegê-la de tudo. Nesta vida ela surge e me pede que a ame. Como se a promessa do passado valesse também desta forma. Na verdade eu a amava. O amor não é apenas para que alguém possa doar a quem esteja em perfeita condições física. Se for amor, ele vai servir para ser vivido de todas as formas.
No dia marcado ela apareceu vestida de noiva, sentada na cadeira de rodas ao lado do seu pai. As bodas foram celebradas e por toda a noite comemorada com um grande banquete.
Mais tarde eu a levei para a nossa lua de mel na casinha que eu havia preparado pra ela.
Quando chegamos, carreguei-a nos braços e ao entramos no nosso quarto, então ela pode ver nosso leito todo enfeitado de rosas vermelhas. Deitei-a em um dos lados da cama e disse.
- Multiplique estas rosas por cem e estes e assim serão os dias que ao teu lado vou te amar.
- São centenas de rosas, querido. Será que viverei tanto assim?
Eu apenas sorri. Retirei as rosas e as coloquei em alguns vasos antes de deitar-me ao seu lado e nos amamos. Foi então que ela disse:
- Pena não poder te dar filhos, meu amado.
Esqueci-me de dizer que ela se chamava Mariana.
Por um ano vivi aquele amor intensamente. Mariana era uma mulher fantástica, carinhosa e muito amorosa.
Um dia ao acordar, me dei conta que estava na UTI de um hospital. Ao meu lado um médico me examinava.
- O que estou fazendo aqui? Onde está minha esposa? O que aconteceu?
O medico sem demonstrar qualquer reação, respondeu:
- Esteve em coma por mais de dois anos. Pelo que me consta o senhor nunca foi casado.
- Como não? Casei com a minha Mariana...
- Muitas pessoas que ficam em coma, quando retornam contam histórias, mas foram apenas sonhos. Agora vai ficar bem. Suas funções vitais estão funcionando perfeitamente bem. Tem uma enfermeira que cuida do senhor e logo ela virá para dar sua medicação.
Depois que disse isso ele saiu. Não demorou e uma enfermeira entrou. Usava mascara hospitalar porque era praxe entrar assim numa UTI.
- Acredita em milagres Sr. Gustavo? Eu acredito.
- Estou confuso. Não entendo nada do que aconteceu. Milagres eu acho que eles existem sim.
- Sabe Sr. Gustavo, eu estive por um pouco mais de dois anos paraplégica. Fui comprar uma rosa e sofri um acidente. Um dia acordei e estava boa. Não sei explicar como fiquei boa. Dizem, e eu acredito mesmo que foi milagre. Então retornei ao meu trabalho neste hospital e pedi para cuidar do senhor. Faz mais de um ano que cuido do senhor. Mas o senhor estáva em coma desde o meu acidente.
- Por que pediu pra cuidar de mim?
- Porque foi o senhor que causou aquele acidente. Todos os dias rezava para que ficasse curado.
- Muito gentil de sua parte...
Ela não me deixou terminar e continuou a falar.
- Eu estive por um algum tempo paraplégica. Fui comprar uma rosa e sofri aquele acidente. Durante o tempo que eu estava paraplégica, sonhava com uma capela e nela encontrava um homem muito bonito e bondoso. Acredita que nos meus sonhos eu casei com ele? Foi lindo muito lindo este sonho.
Então eu me dei conta do que acontecia ali e arrisquei falar:
- Então eu te acompanhei até a capela e lá perguntei que capela era aquela e tu me respondeste, que era a capela onde eu havia te batizado... Como é seu nome, posso saber?
A enfermeira voltou-se espantada para mim e respondeu:
- Meu nome é Mariana.
Fim.