O Bravo
À frente de um campo de batalha, quatro soldados guerreavam.
Eram poucas suas esperanças de triunfo.
O inimigo avançava e os reforços da tropa não chegavam.
Em um dado momento, a guerra os entorpeceu. E o que parecia ser derrota, era na realidade a confirmação de sua vitória.
Adiante, um exército armado e camuflado os cercava, confundindo-se com as folhagens da mata.
Os quatro soldados atemorizados, tentaram decidir o que fazer. Mas as opiniões se divergiram, e cada um por si decidiu agir.
O primeiro, vendo-se acuado, recuou pela mata fechada em uma fuga desesperada.
O segundo, mais valente, avançou impetuoso em direção ao suposto exército oponente, sem medo de atacar.
O terceiro, que não admitia derrota, segurou firme a sua arma atirando contra a própria cabeça, na certeza de que havia chegado a sua hora.
O quarto, mais prudente, esperou quieto que os tiros cessassem e tudo se acalmasse, para então ergue-se do solo com as mãos estendidas para cima em sinal de rendição.
A pergunta é: Dos quatro, quem se salvou?
Certamente não foi o primeiro, alcançado e rebaixado como desertor pelo próprio exército a que servia, e que ali havia chegado para anunciar a conquista e o fim do combate.
Também não foi o segundo, que precipitado decidiu atirar para todos os lados, tendo que ser executado pelos próprios companheiros de farda em legítima defesa para escapar.
O terceiro muito menos, pois deixou a lembrança de um soldado fraco e vencido, incapaz de enfrentar o perigo, a ponto de cometer suicídio.
O quarto sim, que numa ação inteligente, aguardou o momento certo e a melhor maneira de atuar. Sendo novamente reintegrado ao antigo posto pelo qual havia se empenhado em ocupar.
No quartel foi condecorado e tido como herói de guerra pelas dificuldades com que se deparou, sem desistir da luta.
Em sua medalha de honra ao mérito, uma pequena frase expressava:
"Autocontrole é poder na batalha!"