A GORDA DESEPERADA
Era uma pessoa que estava muito além do peso, estava no seu limite da balança, adorava comer e comia de tudo, para tapar os seus enormes buracos lunares emocionais e sentimentais, encontrara no alimento a força para compensar sua ansiedade faminta na gravidade da terra.
Só que agora tudo estava passando do limite, os ursos fazem uma espécie de “engorda” porque hibernam e possuem calor extra para agüentar as baixas temperaturas do inverno e o corpo “queima” as calorias como numa espécie de reserva extra de energia,mas o ser humano não. A sangria desatada se acumula e provoca reações em cadeia de doenças variadas que tendem a se agravar, já que o corpo começa a reclamar de seu estado geral.
Já tinha feito de tudo para emagrecer, todas as dietas,
Remédios, regimes, mas nada a fazia emagrecer realmente, certa vez emagrecera um pouquinho com uma dieta naturista
Mais logo as frustrações a levariam a dançar com o rei do Baião
Através do efeito sanfona.
Até que um dia, vira que seu cão que até então também se encontrara além do peso, emagrecera a olhos vistos. Tirara pela coleira que já dava dois dedos de folga do bichano.
Foi então que ao levar ao veterinário o mesmo havia detectado que ele estava com vermes em excesso. E por isso desidratara daquele jeito.
Prescreveu alguns remédios para que ela os desse ao cão.
O levou para casa e de repente dirigindo sua Van de cor branca veio o “estalo” em sua cabeça.
E se ela antes de vermífuga-lo, pegasse os vermes do seu
Cão?! Seu desespero era tamanho já que a gordura que fizera com que ela se protegesse agora a estava sufocando. Faria qualquer coisa por mais estapafúrdia que fosse, pois já vira que neste mundo da obesidade as pessoas fazem qualquer coisa para manter sua silhueta menor delgado, qualquer coisa mesmo.
Dito e feito.
Pegou a bacia de água do seu cão e ministrou-lhe água e o cão bebera durante todo o dia, e ao final de três dias ela tomaria a já então contaminada poção.
E tomou de uma só vez, o efeito então não tardou e logo os seus sintomas vieram então o “pool” de anfetaminas vivas como se fossem lactobacilos fizeram seu efeito drástico.
E seu organismo começara a desidratar com imensa rapidez e ela começava a sua dieta macabra com inibidores vivos. Bichos estavam agora morando e fazendo o trabalho sujo par ela. Era como uma espécie de troca ela os manteria em cárcere privado seriam seus prisioneiros e eles apenas fariam literalmente a “limpeza” e tudo que ela comia, eles raspavam. Só comprou alguns soros na farmácia para não desidratar demais, já que as diarréias assim como a cólica lhe eram intensas e com isso alguns efeitos surgiam, mas pensava alto que todos os outros mega comprimidos que tomava e os “shakes” tinham outros bem piores.
Vieram os resultados e os elogios, todos queriam saber qual era o remédio milagroso. Lógico que era segredo de estado, guardado a sete chaves. Dizia que era uma dieta alemã, só pra inglês ver. (sic)
Sua vaidade e seu ego estavam massageados lustrados e inflados. Hóspedes e hospedeiros estavam satisfeitos.
Até um paquera arrumaram seu coração estava a mil por hora.
Mas no fundo ela sabia que aquilo tinha que acabar.
O problema em sua cabeça, era que estava feliz com os visitantes, que tanto a ajudaram, mas sabia que tinha que dizimá-los ou eram eles ou ela, a criação não podia matar o criador.
Pegou os concentrados anti-vermífugos que comprara, tomo fôlego fechou os olhos e como uma bomba atômica lançou para dentro de si, arremessara todos, só que desta vez com água limpa e clarinha e de uma só talagada meteu pra dentro.
Quase todos se dizimaram, sabia ela que teria que repetir a dose e assim fizera até que todos como num “tsunami” sucumbiram. Ela destruiu sua cria. Nada mais poderia se sobrepuser a sua estrutura física e nem ao seu teor destrutivo. Entre dor e remorso passara a comer de tudo novamente e assim recuperara seus quilos um a um. Pegou seu cão que abanando o rabo para sua dona foi pra seu colo. Ela apalpou sua coleira e constatou que estava bem apertada sem folga alguma assim como as roupas delas tamanho “GGG”. Pegou o telefone ligou pra pizzaria e pediu refrigerante de dois litros com uma pizza tamanho família, para comemorar sua liberdade e foi assistir a um filme que se chamava “efeito borboleta” e a vida seguiu seu curso normalmente.
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