A Executiva

Quando ela estava chegando em casa, por volta das oito da noite, seu celular acusou uma mensagem. Estranhou o fato da garagem estar fechada. Ele sempre a deixava aberta para ela. Deixou o carro na rua e entrou. Bolsa, pasta e celular na mão. 'Querido, pode por o carro na garagem pra mim?' Silêncio. A casa toda estava em silêncio, e então percebeu que só uma luz lá em cima estava acesa. Subiu, não havia ninguém lá. Quarto vazio, cama vazia. Armários vazios...

Olhou a mensagem no celular. Reunião urgente no escritório, pra ontém! Aquele cliente!... Desceu as escadas e saiu apressada. Arrancou com tudo, cantou pneus, dirigia como doida. 'Depressa! Depressa! Não posso atrasar!'

Teve tempo ainda de ouvir a ambulância, de perceber uma correria, umas luzes no teto enquanto era empurrada às pressas, deitada em algum lugar.

'Vamos gente, seja o que for que estejam fazendo comigo, façam logo! Eu tenho uma reunião!'

Depois, fechou os olhos, e ficou no escuro.

Já era tarde. A reunião tinha terminado.

Bete Allan
Enviado por Bete Allan em 01/03/2012
Reeditado em 02/03/2012
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