Era uma vez em uma Terra distante
O vento soprava forte no vasto campo verde, eu não podia ver o final do campo, me senti mal, era lindo, mas, não tinha árvores, apenas um horizonte onde o azul do céu encontrava-se com o verde do solo. Tirei os sapatos, pois o campo parecia não ser de grama, parecia ser solido.
Som algum ouvia, movimento algum percebia. O vento não era fresco, não era quente, não desarrumava meus cabelos. Antes de Pisar os pés naquelas terras estranhas, eu olhei para trás, pois até aquele momento não havia me dado conta de como ali havia chegado.
Imaginei que veria uma grande porta, talvez um túnel, uma casa... Mas vi o mesmo campo, o mesmo horizonte, o mesmo céu azul, sem nuvem... "NOSSA!!! Onde está o sol?"
Eu estava no meio de um mundo, fechei então os olhos e procurei com meus pés sentir o solo, ele era frio, tinha ondulações em relevo. “Grama mais estranha”, eu pensei...
Então eu caminhei... Quanto vazio, “não existe nada aqui, um céu azul, sem nuvens, grama que mais parecem pedras, vento que nada provoca, nem vozes, nem árvores, Luz sem sol.”
Caminhei, caminhei, caminhei... Nada encontrei.
Resolvi então me sentar, não existia lugar algum para eu recostar... ”estou em um sonho, tenho de acordar”
Mas como? Para isso eu precisaria está dormindo em outro lugar. E onde é este outro lugar?
Por mais que me esforçasse eu não me lembrava de onde eu vinha, e o porquê de está em um mundo tão estranho, tão vazio de vida. Abracei meus joelhos e recostei minha cabeça neles, balancei meu corpo para os lados como que imaginando braços invisíveis que me embalasse, respirei fundo... “Já que não encontrarei nada neste mundo, então, vou buscar entender o que me faz não sentir paz aqui, já que é tão silencioso, Um tanto sintético e sem vida, mas bonito pra quem observa de longe”
De longe?
Projetei a vida em um quadro... Descobri finalmente o que era eu no contexto deste mundo. Eu era a arte vivendo em um quadro que não terminei. "Que seja então, um de meus mundos secretos... Estou em um quadro, mas, não possuo tinta, apenas imaginação..."
Mas mesmo que eu trouxesse para este mundo tudo o que aos meus sentidos é belo, ainda sim seria apenas uma pintura, uma conjectura de meu cérebro a respeito do que é perfeito, a respeito do que eu quero.
Então entendi que não bastava apenas pintar um belo quadro, e sim fazê-lo real, em vida, em beleza, em mistério.
Abri os olhos, sussurrei uma canção... Maravilha! O vento tocou minha face, a grama já não era mais tinta seca... Olhei para o céu, algumas nuvens se formaram e um sol brilhante ofuscou minhas vistas.
Me levantei ainda assustado, sem entender... Alguma mágica teria acontecido?
Então, o sobrenatural se manifestou, era a voz do pintor, minha própria alma, falou dentro de mim.
“A mágica de se viver, é não fazer parte de moldura alguma, nem pintar a vida com cores para encantar os admiradores, ou tentar fazer-se o amor dos seres críticos. A mágica da vida é viver de forma absoluta, e o primeiro passo é... Desistir por uns segundos de si e olhar no profundo de seus próprios olhos “
Você entendeu? Não?
Eu compreendi, e o que aconteceu foi, que uma frondosa arvore atrás de mim cresceu, fez sombra, e eu então me senti feliz!
Hoje o quadro de minha historia é pintado com cores de vida... Por mais que eu tenha meus mundos secretos, minha terra distante ainda é esta realidade, que de quando em quando passa do preto o e branco a um lindo e colorido quadro, onde tudo se movimenta e nada está parado.
Thoreserc (777)