Palativo Éden
O jovem se sentou, ansioso, à textura sublime de seu sofá, acreditando poder resistir a si mesmo em outros pontos. De onde estava, enxergou na fruteira de sua mesa o choque de sua resistência, firme como um calcanhar de Aquiles.
À distância, sente-se o fogo insensível aos olhos.
Queimando, a chama faz o som de estalo de chocalho daquela cobra que rasteja, vitriniza sua vítima e come crua, à febre branca.
E ardendo, no escarlate bem nutrido de sua casca vívida, a tentação o atrai com covardes boleros. Na curva de sensualidade, que ao se separar em duas, culmina num caule serpental, ela afirma orgulho de sua juventude eterna.
A água da boca do rapaz formava rios e sucos, apenas pela lembrança hecatombe de seu desejo calefativo. A pequena fruta estava lá, e o seu instinto proibidido, refletido.
Seria você contaminado pela picada do impulso?