A Face Oculta

A Face Oculta

[Roseli Princhatti]

Aos trinta dias do mês de outubro, no ano de dois mil e sete um grupo composto por seis jovens:

Jefferson com dezessete anos, cabelos pretos, olhos castanhos, pele morena, alto e magro; Judy com dezoito anos, cabelos ruivos encaracolados, pele branca, alta, magra, olhos esverdeados; Lucas com dezesseis anos, cabelos castanhos claro, pele branca, olhos castanhos, alto e magro; Sofia com quinze anos, cabelos e olhos pretos, pele morena, alta e magra; Allan com quatorze anos, cabelos ruivos, olhos verdes, pele branca, alto e magro e Sara com dezesseis anos, cabelos e olhos castanhos, pele branca, alta e magra resolveram brincar com o sobrenatural e então foram acampar na Floresta Negra que é uma grande floresta com duzentos quilômetros de florestas e pequenas montanhas, com muitos lagos, castelos e cidadezinhas que parecem de brinquedo.

As principais árvores são os carvalhos, as faias e os abetos. Elas têm madeira e folhas escuras, por isso a Floresta se chama Negra e está situada ao Sul da Alemanha.

Chegando lá encontraram uma velha casa que parecia não ser habitada há muitos anos.

Sofia sempre muito curiosa foi a primeira a entrar, em seguida Sara criou coragem e a seguiu, Judy para não ficar para trás das amigas e mostrar a sua coragem aos rapazes, fazendo até um certo charminho, embora sempre fora muito medrosa, entrou muito trêmula olhando tudo ao seu redor.

Jefferson após a entrada das moças decidiu acompanhá-las, Lucas e Allan entraram juntos e começaram a vasculhar tudo.

A casa tinha uma enorme varanda, uma sala bem ampla e uma bela cozinha. No piso superior havia três quartos e dois banheiros. No sótão não tinha como entrar, pois estava trancado.

E então eles gostaram da moradia e decidiram ficar por ali ao invés de armarem as suas barracas.

As três moças decidiram retirar os panos que cobriam os móveis e fazerem uma bela faxina, visto que a casa estava muito empoeirada e tinha até teias de aranhas.

E enquanto isso, os rapazes saíram da casa e decidiram vasculhar os arredores para ver se havia mais alguma habitação por lá ou até mesmo outras pessoas.

O local era muito sinistro. Tinha muitas árvores ao redor da moradia. Eles só retornaram na hora do almoço. E enquanto almoçavam decidiam o que fariam depois. E então resolveram andar pela floresta.

Encontraram um lago muito bonito e então decidiram nadar. Tiraram as suas vestimentas e começaram a brincar no lago. Já estava anoitecendo quando decidiram voltar para a casa.

E ao caminharem pela floresta encontraram um homem sinistro correndo com muito medo.

Jefferson consegue parar o pobre homem e lhe pergunta:

- O que aconteceu?

O homem com a respiração muito ofegante e o rosto bem pálido respondeu:

- Fujam daqui enquanto há tempo...

Dito essas palavras o homem voltou a correr e desaparecera no meio da floresta.

O grupo nem dera crédito para o tal homem, por acreditar que se tratava de um louco ou de um bêbado. E puseram-se a caminhar tranqüilamente.

Chegando na casa e acenderam as velas que haviam trazido em suas bagagens e as moças foram para a cozinha preparar o jantar, enquanto isso, os rapazes jogavam conversa fora na sala.

Eles jantaram e se reuniram na sala para decidirem o que iriam fazer.

Então Judy sugeriu:

- Vamos fazer o jogo do copo?

O grupo concordou.

À volta de uma mesa, com um abecedário, a palavra sim e não, números de 0 a 9 e começaram a invocar a presença de algum espírito que poderia estar

naquele lugar. E então, Sofia percebera que o copo havia se mexido e então perguntou:

- Quem está aí?

E o grupo acompanhara o movimento do copo no abecedário que formara a seguinte resposta:

- P A M E L A N E L L

Judy perguntou:

Quando você nasceu?

- No dia vinte e seis de maio de 1992.

Jefferson perguntou:

- Quando você faleceu?

Ela respondeu:

- No dia 29 de setembro de 2007.

Lucas perguntou:

- Como você morreu?

Ela respondeu:

- Decapitada.

Depois dessas revelações chocantes, o grupo decidiu terminar o jogo.

Subiram aos aposentos e foram dormir. No primeiro quarto Sara não conseguia fechar os olhos e Allan estava ao seu lado tremendo feito uma vara verde.

No segundo quarto estava Lucas e Sofia que também não conseguiam dormir, Sofia estava muito assustada e Lucas estava tranqüilo.

No terceiro quarto estava Jefferson e Judy que por sua vez não conseguiam pregar os olhos.

Nada de extraordinário acontecera naquela noite. A não ser um forte barulho que viera do sótão como se alguém o tivesse aberto, mas os jovens decidiram não arriscar a caminhar nos escuro pela casa e adormeceram amedrontados.

E ao amanhecer desceram Sara, Allan, Lucas e Sofia. E então perceberam que Jefferson e Judy não haviam descido e preocupados foram até o terceiro quarto e ambos não se encontravam naquele aposento. Então decidiram procurá-lo. E qual não foi a sua surpresa quando viram dois corpos boiando no lago sem as suas

cabeças. Chegaram perto dos corpos e viram que pelas roupas pareciam ser Jefferson e Judy.

Ficaram desesperados e decidiram fugir daquele lugar, mas foi tudo em vão porque o carro não funcionava. Não havia mais gasolina no tanque e as chaves da van havia sumido.

E então decidiram ir embora a pé mesmo. Voltaram para a casa, arrumaram as suas coisas e caminharam muito até que perceberam que alguém os seguia. Era uma velha senhora com um grande chapéu, roupas pretas, uma foice enorme na mão esquerda e uma vassoura na mão direita. Eles decidiram apertar os passos e quando viram já estavam correndo. Só que ela com a sua vassoura voadora conseguiu alcançá-los e quando estava muito perto de Sofia esta perde o equilíbrio e cai, Lucas olha para trás e vê Sofia caída e volta para socorrê-la, quando a velha senhora aproxima-se dos dois e os decapita também. Allan e Sara ao virarem-se e verem a cena começam a gritar desesperados e para a sorte deles encontram um motorista com uma caminhonete e pedem socorro.

Henry, o condutor da caminhonete, os socorre e leva-os para um posto policial na cidade de Stuttgart e os dois em estado de choque não conseguem falar. Quando se acalmam contam o que acontecera aos seus quatro amigos.

Eis que o delegado os repreende e conta-lhes a história de Pamella Nell que era a sua filha que havia sido decapitada naquele local, mas que ainda não tinham pistas de quem teria feito tamanha atrocidade.

O povo daquela região contava uma lenda de uma moça muito bonita e formosa chamada Hany Schwartz, cabelos castanhos compridos, olhos castanhos, alta, magra, pele branca. Era pastora, mas as pessoas daquela região acreditavam que ela era uma bruxa malvada e que andava a falar com demônios, ela jurava que não era uma bruxa e sim uma pessoa que recebia orientações divinas para salvar as almas das pessoas daquela região, mas essas pessoas dessas cidadezinhas que ficavam ao redor da floresta fecharam os ouvidos e calaram-se.

No dia do seu julgamento ninguém a defendera e então a sentença dela fora ser decapitada na guilhotina.

E aos vinte e quatro dias do mês de junho no ano de mil, oitocentos e sessenta e oito a sentença fora concluída e ela teve direito ao seu último pedido e então ela disse:

- Vocês estão matando uma inocente, mas voltarei e me vingarei de todos.

E então o delegado estava associando a morte de sua filha Pamela com a morte dessa moça. E acreditavam que o espírito dela voltara para se vingar. E que aquela casa em que o grupo estava pertencia a ela e que o seu quarto era no sótão.

E Allan olhou para o delegado e falou:

- Por isso o sótão estava trancado.

O delegado ouvindo isso decidiu ir vasculhar o sótão.

Então a polícia e os dois sobreviventes do grupo foram até a casa e dirigiram-se ao sótão e qual não foi à surpresa quando viram as cabeças de Pamela Nell, Lucas, Sofia, Jefferson e Judy que estavam no chão sem os olhos e as orelhas. E ao lado do corpo tinha um caldeirão com uma pequena fornalha acesa e então o policial olhou dentro desse caldeirão e assustou-se, porque lá estavam os olhos e as orelhas das pessoas que a bruxa havia assassinado.

E agora eles tinham quase a certeza que Hany voltara para se vingar e então chegaram à conclusão que ela arrancara as orelhas de suas vítimas porque não a escutaram e os olhos porque não a enxergaram e decidiram colocar uma placa naquele local para que outras pessoas não morressem como a sua filha Pamela, Jefferson, Judy, Sofia e Lucas.

A bruxa nunca fora encontrada, mas as pessoas das cidades vizinhas dizem que o espírito dela ainda vaga naquele lugar...

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 23/12/2011
Reeditado em 27/09/2024
Código do texto: T3403187
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