Sincronicidade  ou  coincidência

1º caso:  A MULHER DE MINHA VIDA

Nos anos 70, nos verões, costumávamos jogar futebol de areia n'uma praia do litoral catarinense todos os finais de semana.

Duas equipes: a de Joinville e a nossa de São Bento do Sul em disputas semanais.

Claro todos jovens amadores, "pernas-de-pau"...

O troféu? Vários engradados de cerveja.

Os perdedores pagavam a conta, a escolha da marca das "geladinhas" era do time vencedor e a bebedeira geral.

No time adversário (Joinville) fiz várias amizades, mas em especial com um jovem
que passou a frequentar nossa casa de praia nos verões, por uns cinco anos consecutivos, na época.

Ele conheceu minha família, eu não sabia nada da dele, a não ser que moravam na cidade vizinha de Joinville.

Após um período de muitas festas com o mulherio que veraneava, pescarias e "levantamento de copos" este amigo deixou de frequentar o balneário, sem dar mais notícias.


Alguns anos mais tarde nos encontramos coincidentemente n'um salão popular de baile em minha cidade.

Era sábado.

- "Ô cara", que fazes aqui, perguntei, quanto tempo "meu chapa"...que vais fazer amanhã?

- Olha Maurélio, vim visitar meus familiares que se mudaram para cá, e amanhã,
   "que saco" vou ser apresentado à um gajo que se engraçou pele minha mana,
  "programa de índio mesmo"...

- "Pô meu" parece coisa do "demo", estou namorando uma "mina" de Joinville e o "pentelho" do meu cunhadinho vai estar na casa do sogro amanhã para um churrasco.,

  Eu não o conheço, mas imagino, "um alemão daqueles pé no saco" certamente...

Pois bem, festamos bastante no bailão, e logo após as 24 horas nos despedimos.

- Até um dia cara, apareça na praia qualquer final de ano, convidei.

- Até, "cara", vou aparecer sim...com certeza e muita cerveja, brincou.

No domingo cheguei, meio ressaqueado à casa da namorada, pelas 11 horas da manhã.

Entre beijinhos e abraços (antes a cobrança se eu havia saído no sábado,claro que não eu não falei que "tava" com dor-de-cabeça?...), lá estava eu para o churrasco.

- Olha Maurélio, meu irmão veio para a festa, disse-me ela.

Estávamos por alguns momentos na cozinha da casa quando ouvimos o ranger nas escadas.


E ela: - é o mano que está descendo, acaba de acordar...

- "MAS QUE FILHO DA PUTA", ouvi.

Era ele, o amigo de tantos anos de praia que eu encontrara no bailão.

MEU CUNHADO, até hoje!
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2º Caso:  O DIA FATAL

 Há algumas décadas atrás, meu avô paterno (Ele morava n'uma cidade próxima a Floripa), levantou-se, tomou banho, barbeou-se, colocou o terno, as roupas e calçados dominicais e achegando-se à minha tia pediu a presença dos familiares para uma reunião.

Após, anunciou: HOJE EU VOU MORRER, ÀS 3,00 horas da tarde!

Foram faniquitos e  óóóssss de indignação de todos presentes.

"O velho pirou de vez..."

Mas meu avô, nem aí para os indignados.

Ditou-lhes detalhes de como queria a cerimônia fúnebre, a destinação de seus parcos bens à família e pediu que telefonassem à nossa, em S.Bento (cerca de 300 km da capital), comunicando o " passamento".

Após a indignação geral, o susto, mau agouro...cada um de per si tratou dos afazeres diários, nem aí pra "caduquice do velho"...

Pois se ele estava bem de saúde (fora ex-pescador,policial e delegado), ora aposentado, com certeza teria ainda muitos anos para azucrinar o pessoal.

Pelas 3 horas da tarde, como de costume, minha tia foi levar um cafezinho ao quarto do pai, meu avô paterno.

Estarrecida constatou: ELE FALECEU, como prevera na manhã.

O diagnóstico médico? - Morte natural.

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"A qualquer momento poderá acontecer coincidências significativas.
 Podemos estar mergulhados no nosso dia-a-dia quando aparentemente sem aviso, um acontecimento casual nos chama a atenção.

Podemos nos lembrar de um velho amigo em quem há anos não pensávamos e no dia seguinte, já tendo esquecido totalmente essa lembrança, esbarramos com ele, do mesmo modo, podemos conhecer no trabalho uma pessoa que gostaríamos de ver novamente, e na hora do almoço a encontramos na mesa ao lado no restaurante.

CARL JUNG, afirmava que a sincronicidade era um princípio sem causa no universo, uma lei que funcionava para mover os seres humanos na direção de um crescimento maior de sua consciência"...do livro: "A visão celestina, edit. Objetiva Ltda, Rio de Janeiro, edição do ano de 2001")

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A grande maioria de nós já teve esta espécie de experiência, descartando-a como sincronicidade, relacionando os fatos apenas a uma grande coincidência.

Precisamos interpretar os sinais dos sonhos e pensamentos.
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