O TREM DO INFINITO.
Eu sempre ouvi dizer que qualquer coisa paralela como os trilhos do trem, os fios e os postes do telégrafo viram um ponto no infinito, mas eu duvidava disso até o dia em que viajando pelo sertão da Paraíba, naquela região onde parece que o sol nunca se põe, olhei pela janela.
Era aquele mundão sem fim em nossa frente, envolvido num véu branco, como nuvem.
Pouco tempo depois o maquinista foi diminuindo a velocidade até que parou.
Fui ver o que era que tinha acontecido.
Em nossa frente, na altura do olho, estavam todos juntos, trilhos, dormentes, postes e fios formando um ponto bem grande.
Aí eu perguntei ao maquinista:
- Que diacho é isso, homem?
E ele, com aquela cara professoral, me respondeu:
- Tás vendo não, homi? Cheguemo no infinito.