CONTEMPLAÇÃO
Na barriga da noite uma prostração!
Com a cabeça erguida,
Estrênuo, tristeza descabida.
Um sentimento de ceticismo,
Ingênuo e sem cinismo,
Sem satisfazer o espírito,
Deixai-me acreditar no que ouço!
Na boca da noite um estupor!
Uma dúvida na consciência,
Forçado a acreditar na aparência,
Conhecer a narrativa ousada,
Sem duvida revoltada,
Renegar atitudes brutais,
Deixar de usar os venenos e punhais.
No dorso da noite uma genuflexão muda!
Instado a parar e contemplar,
O ato e o momento exemplar.
Uma ausência total de preconceitos,
Na realidade dura dos eitos,
Sem sonhos de recompensa,
Mereço ou não a real presença?
No torso da noite uma inquietação!
As ilusões inexiquíveis,
As razões dos amores inesquecíveis,
As certezas invisíveis no ar,
Uns assombros estranhos no andar,
O espírito ainda decidido a continuar,
No caminho e no devotamento de amar!
Na cara da noite uma reconciliação!
Deixai às ameaças constantes,
Unamonos nas atmosferas vibrantes.
Sem mal-estar, sem dúvida e esporas,
Continuemos o caminho em boa hora,
Deixemos de ser hóspedes dos venenos!