Desabafo de um escritor

Sinto que falo para ninguém. Escrevo para ninguém. Tudo é ocultado por ninguém. Difícil de entender. É, nem eu me entendo.

Quem sou eu? Eu? É, você, criatura que escreve. Ah, se tudo fosse fácil. Assim descobertas não teriam graça, por outro lado.

Nem sei mais do que estou falando. Tantos fragmentos na minha mente. Me sinto perdido.

Queria fazer uma descoberta, para ver se me descubro, também. Ah, isso tudo é muito insano. Muito.

Sou muito sentimental. Só que tenho medo, agora, de demonstrar. Por quê? O frio é mais fácil. A compreensão é rápida. Ou não?

Muitas vezes tenho vontade de chorar. Não por tristeza, mas pelo simples fato de querer. Estranho? Mas não o faço. Me passa uma insegurança gigantesca, tenho medo. Queria poder me debruçar em lágrimas. Nossa. Estaria eu me libertando dos meus próprios demônios?

Como você fala sobre tanta coisa, me deixa louco! São seus fragmentos.

Faço tantos planos comigo. Fico até assustado. Com meus amigos também. Eles são eu, claro, que também me são, haha.

Nem sei se isso é poesia. Acho que não. Ou é? Às vezes acho belo. Às vezes grotesco. Quem pode me dizer? Me estender uma mão? Me dar um beijo? Um abraço? Ou apenas me sentir.

Será que nesse tempo todo falei sobre amor e nem percebi?

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 08/05/2011
Reeditado em 08/06/2013
Código do texto: T2956868
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