O HOMEM E O CÃO Jorge Sunny
Introdução
Foi Kafka que nos fez enxergar o invisível. Presente na vida
comum. Faria um belo par com Emanuel Levinas, os dois fazen-
do brilhar a alteridade ___luz pura que brota da fonte do Mun-
do. É o que tento aqui nos meus contos. Desvendar uma tri-
lha nova que coloque o Ser Humano (por ) dentro da Alterida-
de!
CONTO
O meu cachorro sofria de Licantropia.
Se transformava numas noites escuras de luz de luar.
Tinha que esconder seus estragos.
Ia antes e corrigia ___por minha boa sorte ele me conhecia: carros arranhados, despensas arrombadas; portas danificadas, o arranhão das unhas em taliscas...Permnecia por perto, arredores
___ o ciclo se completasse. Vizinhos preocupados.
A lua se escondia, reaparecia ___Fox Terrier meigo, os peli-
nhos indomáveis, suave como uma carícia, grrrrs só buscando atenção...Comprava novidades ___uma coleira antipulgas, uma
nova ração...
Nos sábados não se transformava ___ que era o tempo de descanso. Perfeição.
Há um armazém de lendas que fala o mais perto de nós.
A incompletude humana prolonga a criação.
Mas aos domingos os limites eram aindamais extraordinários. Novas transformações. Só parava quando o primeiro raio de sol
abria a porta do longe. Eu coçava a cabeça, via meus peitos pe-
ludos, pensava em nós dois filosoficamente. Intuía vida que há
nos pares.
O cão tem o olhar da npsa incompletude. É o silêncio do céu; nunca silencioso. E descansávamos, ele o tapete ___eu, no flori-
do sofá ___ o pulo anticotidiano à extravagãncia de flores mara-
vilhosas.
Nos outros dias da semana, brincávamos. Bichinhos de apito,
corre deita pula levanta.
Às vezes___ sentia ___ele me olhava além dos olhos.
Víamos álbuns de cães : dálmatas, cockers spaniels, fox rouds, perdigueiros, sabujos, chiuhauas ___pastores alemães. O russel terrier, o lindo político e operário : o sheltie !...___ pastor de shetland... o colie e o border collie... raposeiros, cães fila, bea-
gles de sorriso pefeito!...
O que mais nos atraía eram galgos que parteciam irem pular o azul !
___ * ___
Tentei, com economia de palavras, nessa quase parábola integrar homem e cão num mergulho duplo e compreensivo dentro
da Alteridade.
Como admiro o lavor da aranha, acho um dos símbolos da Internet Interessada, este conto se completa com a Poesia "Alteri-dade Canina " publicada na seção de Poesias.
Mas pretendo construir outros textos que falem dessa forma de Amizade Guardiã Silenciosa ___ que são os belos cães.
Ensolarados abraços do
Jorge Sunny