O trem
Um homem passa a mão na nuca. Faz careta. A dor no pescoço o acorda. Olha para um lado, olha para o outro...
A meia lotação do vagão do trem também parece está dormindo. Olha pela janela e vê apenas as luzes, deslizando na escuridão. De repente tem uma sensação estranha! Notou algo que, como um olho, parece ter passado em meio às luzes. Outro! Mas outro! Olhos grandes, pequenos. Dos dois lados do trem. Vão aumentando de número e se aproximando das janelas. Ninguém os vê. Só ele. É tomado por um medo congelante! Uma luz forte nas pálpebras e ele acorda! Com a mão no pescoço pela dor da posição na poltrona, levanta-se e vai até o banheiro do vagão. Tenta abrir a porta do W.C., mas está trancada por dentro. Toc, toc, toc... Ninguém responde. Pelas janelas, vê os primeiros raios do que parece ser o amanhecer. O trem começa a parar. Ele retorna ao seu lugar. De sua poltrona observa a porta do vagão que se abre lentamente. Duas, três, depois seis ou sete figuras entram no corredor do vagão com vestimentas que lembram astronautas. Olham geral. O passageiro, mesmo atento, finge dormir. Os invasores forçam a porta do W.C. e a porta cede ao impacto. Olham sem entrar e saem do vagão em seguida. Pela janela nota que o trem não está parado numa estação, mas há muitas daquelas figuras do lado de fora. Dois deles tiram os capacetes e, apesar de não enxergá-los bem, escuta o que um deles fala.
- Ele soltou o produto e se enforcou no banheiro ou será que algum passageiro o matou antes de morrer?
- Depois veremos isso, foi a resposta da outra pessoa.
- O certo é que jamais sairá do lugar para onde foi! Retrucou o companheiro. O passageiro olhou as pessoas do trem. Todas estavam mortas! Assustado, correu ao banheiro e olhou o moribundo terrorista. E para sua surpresa, Era ele mesmo!